Decisão foi tomada após ausência de resposta do Governo na resolução dos problemas nas urgências
O executivo CDU da Câmara Municipal de Setúbal recusou integrar a Unidade Local de Saúde que foi criada para os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra. Esta decisão foi anunciada ontem à margem da apresentação do Orçamento Municipal para 2024 (ver notícia ao lado), com André Martins, presidente da autarquia sadina, a garantir que esta ‘sentença’ foi dada após considerar que “enquanto não estiverem resolvidos os problemas nas urgências”, a edilidade setubalense não irá integrar órgãos da administração da Saúde.
André Martins já apresentou esta tomada de posição ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, explicando que não quer estar associado a esta Unidade Local de Saúde para depois “sofrer o ónus que os serviços não estejam a funcionar” e a autarquia fazer “parte dessa responsabilidade de administração”.
“Foi esta a mensagem que transmiti ao senhor ministro, da nossa parte não estamos disponíveis para integrar essa administração da Unidade Local de Saúde enquanto não estiverem resolvidos os compromissos que estabelecemos de investimento e qualificação de equipamentos”, referiu.
Para o líder do executivo comunista só é possível resolver o problema das urgências do Hospital de São Bernardo quando os centros de saúde “estiveram em condições de receber as pessoas que não precisam de ir às urgências”.
O autarca assegura que foi nesse sentido que se estabeleceu esse acordo com a Administração Central, no sentido de ser parceiros na construção, em particular de 3 centros de saúde, que foram identificados, como é caso de Azeitão, no caso da Bela Vista e no centro de saúde do Bairro do Liceu.
“Continuamos a aguardar pela data de abertura do Centro de Saúde de Azeitão, que tanta luta justificou por parte da Camara Municipal, das juntas de freguesia e das populações e que neste momento já está disponível, mas não está a servir ninguém”, relembrou, acrescentando que “só no Centro de Saúde de Azeitão” o município investiu 1 milhão e 400 mil euros, sendo que neste valor “não está integrado o valor de custo do terreno”.
Relativamente aos outros dois centros de Saúde, na Bela Vista e no Bairro do Liceu, André Martins garante que o projecto já está feito e aprovado, mas assegura que a mesma não será adjudicada enquanto não existir uma aprovação da candidatura por parte do Governo, conforme havia ficado combinado com Manuel Pizarro.
“Confiámos na palavra do senhor ministro e demos andamento ao processo do Centro de Saúde da Bela Vista, mas a candidatura a financiamento ainda não foi aprovada. Não avançamos com a obra enquanto o Governo não garantir o financiamento”, assegurou André Martins.