Gato preto na Casa do Turismo tem um irmão mais velho a ‘passear’ nos telhados de Leiria

Gato preto na Casa do Turismo tem um irmão mais velho a ‘passear’ nos telhados de Leiria

Gato preto na Casa do Turismo tem um irmão mais velho a ‘passear’ nos telhados de Leiria

|"Gato Preto" de Leiria era para seguir caminho rumo a Setúbal

Felino sadino, da autoria de Ricardo Romero, tem muitas semelhanças ao que se encontra no Centro Cívico leiriense

 

Os setubalenses que por estes dias visitem Leiria vão encontrar um ponto em comum entre as duas cidades, mesmo que separadas por mais de 180 quilómetros: um gato preto a ‘passear’ pelos telhados.

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É que Setúbal, geminada com o concelho leiriense, presenteou a comunidade no passado dia 28 de Abril com uma escultura, em resina acrílica, intitulada “O Gato e o Vento”, com cerca de 3,8 metros de comprimento e 2,3 metros de altura.

O felino, instalado na Praça de Bocage, tem muitas semelhanças ao que se encontra desde 2019 nos telhados do Centro Cívico de Leiria, em pleno centro histórico, e a história que os liga poderá ganhar maior força no futuro.

JOAQUIM DÂMASO / RL | “Gato Preto” de Leiria era para seguir caminho rumo a Setúbal, mas Câmara leiriense optou por adquirir a obra

Ricardo Romero, autor dos dois projectos, explicou ao Região de Leiria que a ideia inicial era o “Gato Preto”, entretanto assim baptizado, ficar na região por um curto período e, posteriormente, seguir caminho rumo a Setúbal.

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No entanto, o interesse que a escultura suscitou entre a população levou a Câmara Municipal de Leiria a adquirir a obra.

O artista acabou por não desistir de trazer a obra até territórios sadinos e, ao conhecer a geminação entre os dois concelhos, entendeu que “poderia fazer todo o sentido” e até ser criado “um elo de ligação” entre as autarquias, com “estes dois irmãos [gatos]”.

“São duas peças distintas, mas eles [gatos] acabam por ser como irmãos. Efectivamente havia essa vontade do município de Setúbal em ter esta peça, que já estava em Leiria, e assim aconteceu”, confirmou.

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Apesar de a autarquia não ter revelado o valor da obra, foi estabelecido um contrato entre a edilidade e o artista no valor de 14 mil euros, que não especifica se o montante diz apenas respeito à instalação de “O Gato e o Vento” ou se envolve outros trabalhos.

Tal como em Leiria, o escritor Paulo Kellerman foi convidado a “interpretar e acrescentar uma camada” à ideia inicial da obra. O conceito, que partiu da expressão “olhar e não ver”, acabou por ganhar força.

“Estamos a falar de um gato em cima do telhado, mas aquela peça é muito mais do que isso. Muitas vezes ficamos pelo figurativo e por aquilo que estamos a olhar à primeira vista, mas o mais interessante é perceber que existe uma história por trás da peça”, justifica Ricardo Romero.

Setubalenses encantados dizem que peça sobressai

O gato que agora mora nos telhados da Casa do Turismo, em Setúbal, tem encantado os setubalenses.

“Quando o vi nas redes sociais até pensei que era montagem, mas quando o vi ao vivo, a nível estético, achei uma coisa diferente e engraçada. Gosto desta obra”, começou por explicar Cláudio Catarino a O SETUBALENSE.

Já Bárbara Dimas, residente na cidade, considera “uma pena não serem mais gatos”, referindo que a estátua “sobressai” à vista, opinião partilhada por Maria João Viegas e Maria luís Gouveia.

Junto à Praça de Bocage mora Jaira Tomázio e Horácio Tomázio, casal que diz achar o gato “lindo”. “Sempre que vou passear o cão, admiro a escultura”, garante Horácio Tomázio.

Isabel Cabrito, por sua vez, é “transeunte habitual” da zona. Apesar de não olhar “todos os dias” para a escultura, confessa lembrar-se por vezes que “ela está ali”. “[O Gato] é muito giro, embora não tenha nada a ver. É diferente e alegrou a Praça de Bocage. Já estou habituada”, admite.

Também Henrique Gomes, amante de felinos, classifica a peça como “engraçada”. “Deu valor à zona”, reforçou. “Fofo, lindo, bonito e grande”, foram alguns dos adjectivos utilizados por um grupo de crianças, associadas ao “Projecto Sem/100 Diferenças”, para caracterizar a arte.

Contudo, há quem seja de opinião diferente, explicou Mafalda Neutel, técnica turística da Casa do Turismo, a O SETUBALENSE. “Tem despertado diversos sentimentos. Uns ficam mais indignados, outros mais curiosos, mas tem sido comum a paragem de pessoas que fotografam e perguntam informações sobre a obra”, sublinha.

Maria Isabel Segurado admite perguntar-se qual será o significado da escultura para a cidade sadina, uma vez que considera que esta “não tem nada a ver com Setúbal, nem com o edifício que ali estava [Clube Militar de Oficiais]”.

Enquanto observava a peça, uma professora de desenho, cujo nome não quis identificar, expressou que “o gato está demasiado grande”. “Acho piada, mas está um pouco fora da escala”, admitiu.

A partir do espaço Moscatel de Setúbal Experience, a funcionária Beatriz Fernandes demonstrou gostar do felino preto, mas revelou que a obra já se tornou “indiferente”.

Curiosos têm também ficado os viajantes nacionais e estrangeiros, por se tratar de uma “coisa fora do vulgar”, comentou Madalena Duarte, residente em Lisboa. “É algo que faz fugir a vista para aquele sítio. Até íamos agora tirar uma fotografia com o telemóvel”, comentou, a concluir.

T.A. / M.G.

* Publicação simultânea com o jornal Região de Leiria

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