Alberto Almeida e Mário Andorinha vão ser cremados no Cemitério de Algeruz. Data do funeral de Rui Felício não é ainda conhecida
As cerimónias fúnebres das vítimas da tragédia na Avenida Belo Horizonte, numa zona de hortas e pombais, começaram esta quinta-feira. O velório de Alberto Almeida, de 66 anos, começou ontem na Capela da Igreja de São José, enquanto o cortejo fúnebre acontece esta manhã, pelas 10 horas, em direcção ao Cemitério de Algeruz, onde vai ser cremado.
O corpo de Mário Andorinha, de 64 anos, ainda não foi libertado pelo Instituto de Medicina Legal devido a burocracias. A vítima será também cremada no crematório do Cemitério de Algeruz.
Já as cerimónias fúnebres de Rui Felício, a terceira vítima de Cesário Afonso, começam amanhã, com o corpo a estar em câmara ardente a partir das 08h30 na Capela de Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal.
Segundo a funerária, “as exéquias fúnebres terão o seu início amanhã, às 13h45, com cerimónia religiosa, seguindo o cortejo fúnebre às 14 horas para cremação no Complexo Fúnebre de Setúbal”.
Sobre as cerimónias fúnebres do homicida, Cesário Afonso, a família optou por não divulgar detalhes sobre as mesmas. As três vítimas foram mortas na manhã de domingo por Cesário Afonso, que se suicidou no local, devido a um conflito que estará relacionado com as hortas e os pombais existentes na Avenida Belo Horizonte, junto aos quais o homicida morava. Cesário Afonso era sem-abrigo e morava no local há vários anos.
Julgava-se dono do espaço por o ter ocupado antes de todos os outros e não admitia que as vítimas, que tinham pombais e hortas, o repreendessem pelo barulho e pelo ataque dos seus cães a galinheiros.
No domingo decidiu matar todos os que lhe aparecessem à frente e tirar a própria vida. Alberto Almeida, que era actualmente secretário da Sociedade Columbófila de Setúbal, morreu quando tratava das portinholas electrónicas dentro do seu pombal. Residia no Bairro Afonso Costa, em Setúbal, e era electricista da EDP. Deixa mulher, filhos e netos.
Com Alberto Almeida estava Mário Andorinha, com cerca de 60 anos. Acompanhavam a chegada de pombos que participavam numa prova de competição que partiu de Cáceres. Mário Andorinha era electricista mecânico numa oficina na Estrada dos Ciprestes e também morava no Bairro Afonso Costa.
Era entusiasta da columbofilia – criação de pombos de competição – e deixa também família. Foi o primeiro a ser atingido a tiro de caçadeira e ainda tentou fugir para a Avenida Belo Horizonte, onde faleceu.
A terceira vítima, Rui Felício, tinha cerca de 45 anos, era empresário de construção civil e residia no Bairro da Bela Vista. Tinha uma horta no local. Tentou fugir do homicida quando ouviu os tiros que abateram os dois columbófilos, mas acabou por falecer junto à sua carrinha. Deixa dois filhos, um menino e uma menina.