Setúbal, Palmela e Sesimbra estão de mãos dadas nas exigências de melhoria do Centro Hospitalar de Setúbal e tomaram uma posição
Foi no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Setúbal, na quinta-feira, que se realizou o segundo Fórum Intermunicipal de Saúde.
Organizada pelos autarcas de Setúbal, Palmela e Sesimbra, André Martins, Álvaro Amaro e Francisco Jesus, a reunião veio debater a decisão tomada pela Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde em fechar a Urgência Pediátrica do Hospital de Setúbal em fins-de-semana intercalados, desde as 21h00 de sexta-feira até às 09h00 de segunda.
Para André Martins, as medidas de gestão temporárias, como o fecho intercalar de urgências, “não dão uma solução de fundo” para o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), este que, segundo o edil, está cada vez mais “degradado”.
Não podemos aceitar isto, até ao dia de hoje não foi apresentada qualquer medida, obviamente que a ampliação do CHS é uma boa notícia, mas se continuarmos sem profissionais não serve para nada” acrescentou.
Felícia da Costa, vice-presidente da autarquia sesimbrense, também partilhou o pensamento do autarca de Setúbal e afirmou que a melhoria do Serviço Nacional de Saúde é “uma luta de todo o distrito e de toda a comunidade”.
Na mesma intervenção a vereadora referiu que as populações estão a ver o direito à saúde a ser “desrespeitado” de uma forma “dura e angustiante”.
Já Álvaro Amaro revelou que o Hospital de São Bernardo tem “constrangimentos diários”, que se estendem a todos os serviços de urgências. O edil de Palmela ainda acusa o Governo de, no seguimento das transferências de competências na área da saúde, “passar a culpa” do estado deste sector para os municípios.
Após as intervenções do poder local também foi dada a palavra aos munícipes e a algumas entidades do sector. Num pensamento comum foi referido a “falta de profissionais de saúde” e a “ausência de atractividade e manutenção de médicos e enfermeiros” no CHS.
Criado por iniciativa da edilidade de Setúbal, este fórum já tinha reunido pela primeira vez no dia 17 de Dezembro do ano passado, onde foram exigidas respostas para os problemas que naquela altura pairavam sobre o CHS, nomeadamente o encerramento das urgências de pediatria e de obstetrícia.
Neste primeiro encontro o presidente da Câmara Municipal de Setúbal acusou o Governo de “não ter respostas concretas” para os problemas que se estavam a agravar no centro hospitalar. O edil ainda acrescentou que as questões “não se resumem a instalações”, mas sim, “a meios humanos”.
Tomada de posição anuncia manifestação para 15 de Abril
Os três concelhos da Arrábida tomaram uma posição, que vem defender o alargamento do horário de unidades de cuidado de saúde e tornar público o agravamento do estado do CHS.
No mesmo documento, também é convocada uma manifestação para o dia 15 de Abril, que irá decorrer com em conjunto com as comissões de utentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra.