Bilhetes esgotados, salas cheias e muita adesão por parte do público são as considerações do director-artístico
A poucos dias de terminar mais uma edição esta é, possivelmente, um dos anos mais participados do Festival Internacional de Teatro de Setúbal (FITS). Quem o revela é José Maria Dias, director-artístico do FITS e do Teatro Estúdio Fontenova, em declarações a O SETUBALENSE.
“Tem estado tudo a correr muito bem. A adesão é superior à expectativa, e superior àquilo que tínhamos no ano passado por esta altura do festival, e a expectativa para o restante programa também é muito boa. Ainda temos espectáculos de grande qualidade que estão anunciados e está tudo a correr às mil maravilhas”.
Bilhetes esgotados, salas cheias e muita adesão por parte do público é esta a consideração passados cerca de oito dias do início das exibições. Exemplo disso foi o espectáculo que decorreu ontem pelas 22 horas no Blackbox da Escola Secundária Sebastião da Gama (ESSG), “Break Up” da autoria de Joana Raio, que teve lotação esgotada. Comportamento semelhante teve a exibição da tarde “Noites de Impro”, de Os ImproMix, no auditório da ESSG, que teve além de meia casa cheia.
Destaque também para os espectáculos ao ar livre, nomeadamente a iniciativa do Brasil “Monotrux” (Cia. Monotrux), amanhã no Jardim do Bonfi m pelas 17 horas, ou a espanhola “Cita en el Marco” (Zig Zag Danza), pelas 19 horas de sexta-feira no Jardim de Palhais, no Quebedo.
“Espectáculos para todos os públicos e para a infância”, é este o lema do festival segundo José Maria Dias.
Uma das peças mais destacadas pelos oradores que apresentaram, no final do mês passado, a edição de 2024 do Festival Internacional de Teatro de Setúbal foi “A Judia”, uma produção d’A Companhia de Teatro do Algarve (ACTA) e que correspondeu às expectativas do director artístico.
“O Luísa Todi tinha plateia cheia, como era um espectáculo muito intimista tivemos de bloquear alguns lugares do fórum mas depois fomos obrigados a desbloquear alguns lugares porque ficaram pessoas de fora e, por isso, podemos dizer que foi lotação esgotada. Depois a ovação que houve no final foi quando o público manifestou que tinha aderido muito bem ao espectáculo, que foi mesmo muito bom”, revela.
Faltam apenas três dias para o fim do FITS mas as expectativas continuam elevadas. “É um bom programa e ainda temos muito para ver, assim o público adira como tem aderido e, se continuar, vamos poder dizer que este ano temos um grande êxito este ano”.
Conversas de Teatro, Ensaio sobre a Perda e 2+2=5 hoje
Ao longo dos próximos dias ainda existem 14 espectáculos para assistir, três dos quais vão hoje passar pelas salas setubalenses.
“Conversas de Teatro – Mulheres na Dramaturgia” junta Luísa Monteiro, Patrícia Portela e Ricardo Boléo pelas 17 horas na Livraria Culsete para falar desta arte no feminino. Privilegiar o “caminho da democracia paritária” a par de promover “a dramaturgia de autoria feminina” são o mote das conversas entre os três.
Duas horas mais tarde é tempo de o auditório da ESSG receber “Ensaio sobre a Perda”, de Bossa. Em sinopse sabe-se que os “actores Fábio e Bruno descobrem que um projecto que submeteram enquanto ainda casados foi contemplado”. Ao longo de uma hora os actores revisitam sentimentos, mágoas e, pelo menos, com a visita do fantasma Alonso, dramaturgo argentino convidado.
Para fechar a noite, no Fórum Municipal Luísa Todi pelas 22 horas, assiste-se a “2+2=5”. Realizado pela Estação Teatral (EsTe) onde o livro “1984” de George Orwell é a base de uma narrativa que se desenrola “entre pólos de resistência e submissão, e é neste turbilhão de verdades e mentiras que as personagens coabitam presas ao futuro”, como se lê na sinopse.
