23 Julho 2024, Terça-feira

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Feira de Sant’Iago regressa este ano a Setúbal com edição mais curta de somente dez dias

Feira de Sant’Iago regressa este ano a Setúbal com edição mais curta de somente dez dias

Feira de Sant’Iago regressa este ano a Setúbal com edição mais curta de somente dez dias

Redução do tempo gerou discórdia entre executivo municipal, com PS a querer que certame aconteça nos habituais 16 dias

 

Após dois anos de interregno, a Feira de Sant’Iago está de regresso às Manteigadas entre os dias 29 de Julho e 7 de Agosto, em edição mais curta de apenas 10 dias, ao invés dos habituais 16, tendo em conta a incerteza que subsiste no que diz respeito à pandemia.

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A duração do certame, referida em edital aprovado na reunião pública da passada quarta-feira, gerou, no entanto, discórdia entre o executivo da Câmara Municipal de Setúbal, com o Partido Socialista (PS) a votar contra a proposta por considerar que a redução do número de dias “não serve Setúbal e não serve os feirantes”.

“É com surpresa e alguma consternação que os vereadores do PS são confrontados com uma proposta que pretende alterar a duração da Feira de Sant’Iago, regressando ao modelo de 2014. Não nos podemos esquecer que, nesse ano, o então executivo CDU fez a experiência de reduzir a feira de 16 para 10 dias, experiência essa que durou três anos e que teve o seu pior cenário”, justificou Fernando José (PS).

Essa alteração, afirmou o socialista, “é voltar a dar um passo atrás e voltar a uma estratégia que quase acabou com a feira”. Contudo, garantiu Pedro Pina (CDU) que as datas foram escolhidas tendo em consideração “as diferentes variáveis que o quadro social e económico” apresenta actualmente, face à pandemia de covid-19, assim como em consulta “junto de feirantes, de outros eventos e certames”.

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“Acho que é importante que nós consideremos o momento e o tempo que estamos a viver em 2022, diferente e de incerteza. No último mês e meio fomos também confrontados com uma guerra, que não sabemos prever o seu desfecho, assim como continuamos a viver a indefinição de um processo pandémico”, reforçou.

Contrariamente, o vereador Fernando José disse que “a questão da pandemia não se enquadra”, uma vez que “mantendo a feira com 16 dias existe a possibilidade de haver um alargamento no espaço e não uma concentração de pessoas como nos 10 dias”.

Como exemplo utilizou a Feira de Cantanhede, “que se realiza nas mesmas datas de Setúbal e que está a crescer”. “Só isso envolve uma tremenda disputa para garantir que muitos dos divertimentos optem por vir para Setúbal”.

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Antes, apresentou, em nome da bancada do Partido Socialista, “fazendo uso do direito previsto no regimento”, uma proposta para que a duração da Feira de Sant’Iago passasse “de 10 para 16 dias, iniciando a 23 de Julho e terminando a 7 de Agosto”, entretanto retirada “face à posição do PSD”. Isto porque, sublinhou a vereadora social-democrata Sónia Martins, “a redução do número de dias é uma prática que está a ocorrer em várias câmaras municipais do País”.

“Acho que é importante olhar para o futuro e criarmos estratégias no sentido de trazermos para a feira aquilo que de melhor podemos apresentar na cidade”, afirmou.

Já André Martins, presidente da edilidade, disse não se saber se a Feira de Sant’Iago se vai efectivamente realizar este ano. “Decidimos avançar com a proposta, mas o que nós temos de informação levanta-nos dúvidas e reservas. Relativamente à questão dos dez dias, considero que esta é uma proposta que está adequada aos condicionamentos a que estamos sujeitos e cuja dimensão ainda não conhecemos na sua totalidade”, revelou.

Localização e organização também assuntos abordados

Também a localização da Feira de Sant’Iago, que transitou há vários anos do centro da cidade para as Manteigadas, e a comissão organizadora do certame foram assuntos abordados na reunião de câmara.

Segundo atirou Fernando José, passado o “prazo de referência habitual, não existe um despacho a nomear a comissão organizadora”. “Desconhecemos a existência de um modelo para a feira. Não sabemos de que forma e por quem será organizada”, disse.

“Assim que esta proposta seja aprovada, o presidente [André Martins] vai obviamente fazer o despacho dessa equipa de coordenação”, garantiu o comunista Pedro Pina.

Sobre a localização do certame, referiu o vereador social-democrata Paulo Calado que “o importante é pensar-se em trazer a feira para o centro da cidade ou para perto”. “Onde está hoje sabemos que distorceu aquilo que era, a sua vivência e realidade”, considerou.

A proposta foi assim aprovada com os votos favoráveis da CDU e PSD e contra do PS. Em declaração de voto, o socialista Fernando José reforçou que a redução do período da feira “foi uma experiência falhada nos anos de 2014, 2015 e 2016, assumido pela anterior presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira”.

Edital Regras gerais de funcionamento do certame já definidas

As regras gerais de funcionamento do certame encontram-se definidas no edital aprovado na reunião pública da passada quarta-feira. O documento estabelece, assim, que o recinto da feira funciona de segunda a quinta-feira, das 18h00 à 01h00.

Terá horário alargado até às 02h00 na sexta-feira e ao sábado, sendo que neste dia da semana funciona a partir das 16h00. No domingo, está aberto das 16h00 à 01h00.

Já as inscrições para participação na feira “devem ser feitas entre dia 23 e 15 de Abril, no secretariado da Feira de Sant’Iago, no edifício do Mercado do Livramento”, enquanto o período “para apresentação de propostas a lugares no recinto pelos concorrentes cujos pedidos de inscrição foram admitidos decorre entre 2 e 16 de Maio”.

Sobre as taxas, refere o edital que “são obrigatórias e integralmente pagas na tesouraria da Câmara Municipal, no prazo de cinco dias úteis após afixação de edital com a lista de lugares a adjudicar”.

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