Exposição colectiva apresenta ligação estabelecida entre artistas, Bocage e a liberdade

Exposição colectiva apresenta ligação estabelecida entre artistas, Bocage e a liberdade

Exposição colectiva apresenta ligação estabelecida entre artistas, Bocage e a liberdade

Mostra colectiva resulta de desafio colocado aos artistas para estabelecerem ligação com o poeta na procura da liberdade

Mostra integrada no programa cultural que assinala os 150 anos do monumento ao poeta sadino patente até 12 de Fevereiro no piso superior do MAEDS

 

“Bocage e eu – a procura da liberdade” é o mote da exposição que, integrada na programação cultural “Bocage, o poeta da liberdade – a construção da memória nos 150 anos do monumento a Bocage”, vai ficar patente no piso superior do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) até Fevereiro de 2022.

- PUB -

Integram a exposição colectiva os artistas Ana Férias, Ana Lima-Netto, Catarina Castel Branco, Catarina Garcia, Cristina Troufa, Eduardo Carqueijeiro, Irene Buarque, Jaime Silva, Nuno Lemos, Pedro Almeida, Rosa Nunes e Vítor Pomar, que foram, de acordo com Joaquina Soares, directora do museu, “convidados a pensar Bocage na contemporaneidade e nas dimensões que a sua sensibilidade escolhesse”.

Resultado deste convite, surgem “desde os trabalhos figurativos, mais dinâmicos ou mais contemplativos, até aos puramente abstractos. Sendo uma colectiva, tem imensas virtualidades, várias perspectivas e olhares muito diferentes mas todos eles muito interessantes”.

Nas suas palavras, “a cerca de dois séculos e meio de distância, o grito bocagiano atravessa, na sua pureza seminal, a espessura do tempo, convocando-nos para a grande festa da transgressão das teias do medo e da volúpia nas infinitas asas da liberdade”.

- PUB -

Dos processos criativos aos resultados

Vítor Pomar foi o primeiro artista a apresentar a sua obra, “1000 Deidades”, de 1999, que ganha agora nova vida, junto de outras como “Rasga meus versos crê na eternidade”, de Ana Lima-Netto, “Andor”, de Cristina Troufa, “Pavorosa ilusão”, de Eduardo Carqueijeiro, “Estados d’Alma – numa janela aberta, símbolo de Liberdade”, da autoria de Irene Buarque, “Sem título”, de Nuno Lemos, e “Out of the Skirt”, de Rosa Nunes.

Catarina Garcia explicou que a intenção no seu quadro, intitulado “Bocage”, passou por “representar o poeta e a liberdade”. “Considerei que a melhor forma de o fazer seria mesmo pela forma de pintar. Rodei o quadro várias vezes e pretendi que mesmo a forma de encarar a obra fosse livre”.

- PUB -

Por sua vez, Catarina Castel Branco, autora de “Sou mas não sou”, considerou que “Bocage era um homem de grandes contradições” e foi mesmo essa ideia de contradição que a inspirou. A artista destacou igualmente a coragem e irreverência do poeta e enalteceu o facto de nos seus 40 anos de vida ter conseguido “deixar obra”.

Jaime Silva, que começou por agradecer o convite para a exposição colectiva “sobre um poeta com uma filosofia da vida algo complexa, que oscilava entre um certo pacifismo e uma agressividade algo violenta”.

Com a obra “Elmano”, o artista, a quem “não faria sentido a evocação através do retrato ou da figura”, apresenta “aquilo que realmente se fixa do Bocage”. “Aquilo que me interessa nele é o acto de liberdade profundo, a relação com o mar”.

Pedro Almeida, por sua vez, imaginou “que se Bocage vivesse nos dias de hoje estaria a fazer selfies e auto-retratos no Facebook”. O artista, depois de ler alguns versos do poeta, apropriou-se “de um em que ele fala sobre as suas características de fisionomia”.

O seu trabalho, a nível internacional, tem-se “centrado na palavra escrita, na verticalidade, nas riscas e nas geometrias abstractas que se relacionam com os telemóveis, computadores e televisões”.

Enquanto isso, e inspirado na fábula de Bocage “O passarinho preso”, o trabalho de Ana Férias apresenta a frase “Ah! Se a vossa liberdade zelosamente guardais, como sois usurpadores da liberdade dos mais?” escrita num balão.

“Escolhi o balão porque é um objecto frágil, assim como a liberdade. Não é um dado adquirido, tem que ser protegido e cuidado”, partilhou.

Auditório Charlot Ciclo de cinema arranca no fim do mês

Igualmente integrado na programação dedicada a Bocage, o ciclo de cinema “O ideário de Bocage na sua época e na contemporaneidade” arranca dia 31, pelas 11 horas, no Auditório Charlot, com o filme “Azul”.

Este é o primeiro filme da “Trilogia das Cores”, do realizador Krzysztof Kiéslowski, ao qual se segue “Branco”, a 14 de Novembro, e “Vermelho”, a 28, no mesmo horário e espaço.

A iniciativa, organizada pela 50 Cuts e pelo MAEDS, com o apoio do município de Setúbal e da Leopardo Filmes, termina a 5 de Dezembro, com a transmissão de “Amadeus”.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -