Eunice Pratas: Autarca em dose dupla em Setúbal e deputada de corpo inteiro no parlamento

Eunice Pratas: Autarca em dose dupla em Setúbal e deputada de corpo inteiro no parlamento

Eunice Pratas: Autarca em dose dupla em Setúbal e deputada de corpo inteiro no parlamento

Jovem aposta do PS destaca-se com tripla função, mas recusa o epíteto de ‘superdeputada’. “São as pessoas que fazem os cargos e não o contrário”, defende

 

A ascensão foi “meteórica”. Ainda nem se completaram seis anos desde que decidiu militar no Partido Socialista (PS) e hoje já é caso singular no panorama político do Distrito de Setúbal – e muito provavelmente do País – ao congregar tripla função enquanto eleita: é deputada à Assembleia da República e membro da Assembleia Municipal de Setúbal e da Assembleia de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra. Em Março deste ano, pouco antes de tomar posse no parlamento, O SETUBALENSE qualificava Eunice Pratas, 30 anos, como “superdeputada”. Entre pares, dentro do partido na região, a designação “colou” e juntou-se a uma outra: “deputada ao cubo”, o que traduz não só a confiança que recolhe no seio dos socialistas como também a capacidade de trabalho.

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Apesar disso, o epíteto está longe de agradar à jovem licenciada em Ciências Biomédicas pela Universidade do Algarve, mais parecendo que lhe causa uma espécie de ‘urticária’. “Não quero ser tratada por ‘superdeputada’. Devemos ter muito cuidado com os rótulos, sobretudo quando aplicados a pessoas, desviam-nos facilmente do que é essencial. É que não são os cargos que fazem as pessoas, mas sim as pessoas que fazem os cargos”, atira Eunice Pratas, num tom afável, mas peremptório. E justifica: “A avaliação de um político, neste caso de uma deputada, deve ser feita em função do trabalho que desenvolve no exercício das suas funções, e não apenas pelo número de cargos que acumula. E não sou o caso único, ao ser deputada em mais do que um órgão.”

Diferente é se a tratarem pelo diminutivo ‘Nice’. “É a minha alcunha oficial e a mais utilizada”, admite a jovem, que confessa ter recebido “convites de outros partidos”, preferindo ingressar no PS.
“Foi em 2016, após reflectir bastante. Aceitei o convite do então presidente da Juventude Socialista (JS) de Setúbal, Emanuel Campos, para ser militante. Mas só decidi militar activamente em Setembro desse ano, após participar numa iniciativa política da JS de Setúbal. Nessa altura achei que já tinha a maturidade suficiente e a estabilidade pessoal necessária”, revela a socialista, entretanto eleita para a presidência daquela estrutura jovem do partido, onde cumpre actualmente um segundo mandato.

A sua ligação à política, de resto, dá continuidade a um trajecto familiar, no feminino. “A minha avó materna foi militante activa do PCP no pós-25 de Abril. Em 1997, a minha mãe integrou, como independente, a lista autárquica do PS para a freguesia de Gâmbia-Pontes e Alto da Guerra, que ganhou a Junta. Sempre tive uma família muito atenta à actualidade política nacional. E habituei-me a seguir a política desde cedo”, conta.

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Uma referência política desde os tempos de infância

Eunice recorda uma “infância feliz”, de “brincar diariamente na rua”, tempos de que guarda igualmente memórias… políticas. “Lembro-me de ver os programas políticos com os meus pais. Lembro-me do dia em que Jorge Sampaio ganhou as Presidenciais. Embora não tivesse ainda idade para compreender exactamente o que significava, percebia que tinha sido um momento importante e de alegria em casa. Mas nem sonhava que alguma vez poderia vir a ser política, isso foi algo que não se manifestou na infância, mas sim já mais tarde, no início da juventude.” E a lembrança não surge ao acaso. É que Jorge Sampaio é a sua referência política. Por todo um percurso activo que o socialista começou por encetar logo como estudante, em Coimbra, contra o Estado Novo, até chegar a “Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações” e “ao projecto humanista a que [Sampaio] se dedicou nos últimos anos, com a fundação da Plataforma Global para Estudantes sírios, que apoiou centenas de refugiados e cujo modelo está já a ser replicado em mais de 10 países”.
O futuro entronca agora naquilo que a geração de Eunice poderá aportar ao centro da decisão política, algo que não escapa ao olhar atento da jovem. “Ter uma voz activa na sociedade e ajudar a melhorá-la é algo que me atrai imenso”, afirma, para de seguida apresentar exemplos de “medidas que realmente mudam positivamente a vida da população”. “A luta contínua como autarca da freguesia pela conclusão do saneamento básico. A aprovação recente na Assembleia Municipal da descida do IMI em Setúbal. Votar favoravelmente o Orçamento do Estado 2022, que permite aplicar medidas, como as creches gratuitas, o alargamento do IRS jovem e o aumento extraordinário das pensões”, destaca, sobre acções desenvolvidas em cada uma das três funções que desempenha. E assume, sem rodeios, que são as tarefas no hemiciclo as mais exigentes.

“Mais do que trabalho, todas elas me dão uma enorme satisfação. São funções diferentes. A Assembleia Municipal e a Assembleia de Freguesia são órgãos autárquicos onde estou como deputada pela oposição. A Assembleia da República é uma função nova e, das três, a mais desafiante, à qual dedico mais tempo, pois é aquela em que estou a tempo inteiro e em exclusividade, não como oposição, mas integrando o grupo parlamentar que suporta o Governo”, faz notar a jovem que, enquanto política, se define como “uma progressista, activista da juventude e das novas gerações”. E quanto a metas a alcançar no futuro, em termos de carreira, comenta: “É importante sonhar, mas sempre com os pés bem assentes no chão e sendo fiel aos nossos valores e princípios. Sonho, acima de tudo, corresponder à confiança depositada em mim e em poder conseguir deixar a minha freguesia, a minha cidade, e o meu País pelo menos um pouco melhores do que aqueles que me antecederam e do que quando iniciei a minha carreira política”, conclui.

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Eunice Pratas à queima-roupa

Idade: 30 anos

Naturalidade: S. Sebastião, Setúbal

Residência: Pontes, Setúbal

Área: Política

Licenciada em Ciências Biomédicas, pela Universidade do Algarve, a jovem assume-se como “progressista, activista da juventude e das novas gerações”

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