Especialistas de ambiente alertam que alterações climáticas podem causar grandes inundações na cidade de Setúbal

Especialistas de ambiente alertam que alterações climáticas podem causar grandes inundações na cidade de Setúbal

Especialistas de ambiente alertam que alterações climáticas podem causar grandes inundações na cidade de Setúbal

A margem com o Sado e o curso da Ribeira do Livramento colocam a Baixa da cidade na linha da ‘revolta’ das águas

 

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São várias as zonas do concelho de Setúbal que correm risco de inundação, caso do Parque do Bonfim e Avenida 22 de Dezembro – onde passa a ribeira do Livramento – o centro histórico e a zona ribeirinha da cidade. Um risco que se estende também à Morgada na freguesia do Sado e Herdade da Mourisca na freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra.

“Quando a ribeira [do Livramento] entra em regime de cheia, estes locais [Parque do Bonfim e Avenida 22 de Dezembro] ficam inundados. Esta situação não se resolve com a demolição dos edifícios. A autarquia e a população devem é ter a consciência de que esta realidade existe, que a ribeira passa por baixo e basta que chova de forma mais intensa para haver cheias”, referiu José Luís Zêzere, professor da Universidade de Lisboa.

Segundo diz, “durante muitos anos, a forma como se fez a intervenção nos territórios nem sempre respeitou da melhor maneira o funcionamento normal da natureza”.

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José Luís Zêzere falava durante uma visita ao território sadino, Palmela e de Sesimbra que incluiu técnicos municipais dos três concelhos que estão a participar na construção do projecto PLAAC – Arrábida; Planos Locais de Adaptação às Alterações Climáticas, em parceria com a Agência de Ambiente e Energia da Arrábida (ENA), promotora do projecto e o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT), e ainda a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

O períplo, conduzido pelo professor da Universidade de Lisboa, começou no Parque do Bonfim e chegou até à praia da Califórnia em Sesimbra, territórios em análise cartográfica dos perigos climáticos actuais e futuros, tendo como horizonte o ano 2100. Passou pela áreas identificadas como críticas que podem ser directamente afectadas por incêndios florestais, erosão hídrica do solo, instabilidade de vertentes, inundações fluviais e estuarinas, galgamentos costeiros erosão costeira e recuo de arribas, calor excessivo, secas e tempestades de vento.

“Os locais visitados [na passada sexta-feira] são aqueles que em resultado da análise de risco que fizemos são mais susceptíveis de ter problemas actualmente e, sobretudo, no futuro, porque o clima está a mudar e não é para melhor”, alertou José Luís Zêzere.

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O estudo que está a ser efectuado considera que “o clima está a mudar e isso deve ser contrariado reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa. Mas não chega. Para que se sofra menos no futuro é conveniente que os territórios e as populações se adaptem. Os PLAAC têm esse objectivo”, sublinhou o professor da Universidade de Lisboa.

O PLAAC-Arrábida, que visa contribuir para aumentar a resiliência e a capacidade de resposta dos municípios do território Arrábida, materializa um investimento superior a 165 mil euros, financiado a 90% pelo Programa Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono, do Mecanismo Financeiro EEA Grants 2014-2021.

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