O néctar da produtora de Palmela foi eleito Melhor Vinho Generoso e o que obteve a maior pontuação no certame
O Moscatel Roxo Casa Ermelinda Freitas Superior 2010 foi o melhor dos melhores entre os 171 vinhos este ano avaliados no concurso da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS). Foi o mais pontuado de todos – eleito Melhor Vinho a Concurso – face à votação que lhe valeu ainda o prémio de Melhor Vinho Generoso.
O certame, realizado anualmente e que cumpriu nesta edição o seu 20.° aniversário, juntou 21 produtores da Península de Setúbal que apresentaram um total de 171 néctares a concurso, 52 dos quais premiados – 17 com medalhas de ouro e 35 com prata. Mas, entre os vinhos medalhados, o destaque maior centra-se nos que foram mais pontuados (considerados ‘Os Melhores’).
No lote dos que registaram maior pontuação, além da dupla distinção obtida com o Moscatel Roxo Superior 2010, a produtora de Fernando Pó, Palmela, conquistou ainda o prémio de Melhor Vinho Branco, com o Dona Ermelinda Reserva 2018. A lista dos melhores foi completada por mais dois produtores. A José Maria da Fonseca arrecadou a distinção de Melhor Vinho Rosado, com o Domingos Soares Franco Colecção Privada Roxo 2019; e a Bacalhôa Vinhos de Portugal obteve o prémio de Melhor Vinho Tinto, com o Bacalhôa Syrah 2017.
Entre os galardoados com ouro, a Casa Ermelinda Freitas foi ainda quem mais medalhas arrebatou: às premiações atrás referidas somou outras seis medalhas douradas (com quatro vinhos tintos, um branco e um rosado). A Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, Montijo, também se destacou. Foi a segunda produtora mais premiada a ouro – averbou quatro distinções (com três néctares brancos e um tinto).
Distinguidos com prata foram, entre muitos outros (ver lista dos medalhados na pág. X), os produtores Venâncio da Costa Lima, Adega de Palmela, Malo Wines (que conquistou também uma medalha de ouro), bem como Casa Ermelinda Freitas, Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões, Bacalhôa e José Maria da Fonseca.
O júri do concurso foi composto por um leque de profissionais ligados ao mundo dos vinhos, que englobou docentes de enologia, técnicos especialistas em análise sensorial das várias regiões vitivinícolas portuguesas, enólogos, escanções, jornalistas e membros do painel de prova da ASAE.
Resultados extraordinários nos últimos anos
Este ano, em virtude dos condicionalismos provocados pelo contexto pandémico, o anúncio dos premiados do concurso que premeia os Melhores Vinhos da Região foi feito através das plataformas digitais.
“A celebração destes 20 anos não pôde, infelizmente, ser feita como gostaríamos, através da nossa gala anual de entrega de prémios. No entanto, não podíamos deixar de assinalar esta edição tão especial, convidando a uma visita à nossa região, a um aumento do conhecimento sobre os nossos vinhos, a nossa oferta enoturística e a maravilhosa gastronomia da Península de Setúbal”, resumiu Henrique Soares, que preside à CVRPS. “Estes 20 anos de concurso são um marco que espelha a consolidação da região nos últimos anos”, reforçou o presidente da entidade responsável pela certificação dos vinhos da região.
Henrique Soares fez ainda um balanço bastante positivo ao sector vitivinícola na Península de Setúbal, sobretudo aos resultados alcançados nos últimos tempos.
“Temos vindo a registar um aumento contínuo no volume de vinhos certificados da região, que de há quatro anos para cá tem sido acompanhado também de um aumento em valor, em paralelo com um aumento de produção e de quota de mercado. Têm sido anos extraordinários para os vinhos da Península de Setúbal”, concluiu.
Galardoado com ouro pelo mundo e recomendado para acompanhar pastelaria fina
Recomendado para acompanhar “pastelaria fina” ou “doçaria árabe”, mas indicado também para servir de “aperitivo”, o Moscatel Roxo Superior 2010 da Casa Ermelinda Freita tem conquistado vários prémios internacionais. O currículo impressionante foi agora alargado com o triunfo no concurso da CVRPS.
O néctar foi medalhado com ouro nos concursos Decanter World Wine Awards 2017, La Selezione del Sindaco 2017 (Medalha de Grande Ouro), Korea Wine Challenge 2017 – Trophy Medal (better than Gold), Japan Wine Challenge 2017, Mundus Vini – Summer Tasting 2017, e Decanter Asia Wine Awards 2017. Além destes, foi também galardoado com ouro nos seguintes certames: Mundus Vini – Edição de Verão 2018, China Wine & Spirits Awards 2018 (Medalha de Duplo Ouro), Korea Wine Challenge 2018, Muscats du Monde 2018, e International Wine Contest (Monde Selection) 2018. Obteve ainda uma Comenda no Sommerlier Wine Awards 2018. Além disso, conquistou várias premiações de prata e bronze.
É descrito em nota de prova, no site da produtora de Palmela, como um “vinho de cor âmbar, vivo e dourado, com aroma a lembrar frutos secos, como avelã, nozes e algumas especiarias”. Na boca “é muito harmonioso, com excelente combinação entre doçura e frescura, o que lhe confere um final bastante complexo e prolongado”, pode ler-se na mesma nota. A produtora aconselha a guardar este vinho durante 50 anos.