24 Julho 2024, Quarta-feira

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Dupla centenária da Fonte Nova: senhora e tartaruga partilham vida

Dupla centenária da Fonte Nova: senhora e tartaruga partilham vida

Dupla centenária da Fonte Nova: senhora e tartaruga partilham vida

Maria Amélia Serra tem 93 anos e é dona de uma tartaruga com quase a mesma idade. A dona de Juca afirma que o animal pressentiu a morte do seu marido e que conhece sua voz

 

É a sua Juca, uma companheira de vida. Com 93 anos, Maria Amélia Serra, setubalense de gema e enfermeira de profissão, tem uma tartaruga quase centenária. Com múltiplas histórias para contar, Juca esteve presente em muitos feitos da vida de Maria Amélia. Para a enfermeira, a profissão proporcionou-lhe muito trabalho, mas, também, muitos privilégios. Para além de ter estado presente na visita da rainha Isabel II de Inglaterra a Setúbal, em 1957, foi abençoada pelo Papa João Paulo II numa das suas viagens ao Vaticano.

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Para Maria Amélia, este é um animal especial. “Sinto que pressentiu a morte do meu marido. Ele faleceu em Fevereiro e ela saiu da hibernação nessa altura. Não é normal acontecer, mas depois voltou novamente a hibernar no seu hotel especial”, como se de uma despedida se tratasse. Para além disto, a enfermeira afirma que o animal lhe conhece a voz, tal como a do seu filho. “Assim que a chamo levanta a cabeça, mas quando vêm pessoas desconhecidas esconde-se.”, afirma.

 

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Para além disto, a tartaruga esteve, ainda, presente no crescimento do seu filho e no nascimento dos netos. Não sabendo ao certo a idade de Juca, pensa que esta será quase centenária. “Veio para cá ainda o meu filho era pequeno. Hoje ele é um homem com 54 anos e, quando pode, tem todo o gosto em tratar da Juca. Na casa da vizinha da minha irmã esteve, talvez, uns 40 e tal anos”.

 

“A tartaruga era de uma vizinha da minha irmã, que morava na Praça do Brasil. A senhora, já com uma certa idade, achou que ia de abalada e então começou a procurar alguém para ficar com a Juca pois não queria partir sem ter a certeza de que ficava bem entregue”, conta a enfermeira.

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Foi desta forma que a irmã, sabendo que Maria Amélia possuía em sua casa, na Fonte Nova, uma varanda suficientemente grande para cuidar da tartaruga, lhe perguntou se gostaria de ter um animal de estimação. “Disse que ficava com ela, mas que não a queria dentro de casa, pois ela sempre foi criada em casa. Se a deixasse sem rede ela andava por todo o lado, corre tudo”, confidencia.

 

Em termos de alimentação, dá a Juca “camarões e salsinhas”. “Tem mais dentes que eu, come de tudo. A minha neta costuma lá ir meter comida e desaparece tudo. Só quando começa o fastio é que deixa de comer tanto”.

 

Há cerca de um mês, aconteceu algo que surpreendeu a dona do animal. “Ao fim de quase 30 anos voltou a meter ovos. É a segunda vez cá em casa. Na primeira foi quando descobrimos que era uma menina. Depois de velha é que se lembrou de fazer isto” conta entre risos.

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