Durante a inauguração da fachada do Hospital João Palmeiro, a presidente da Câmara defendeu que a dignidade está a ser devolvida à zona da Sé e que a limpeza da via pública está garantida
Já foi local de paragem para os peregrinos de Santiago de Compostela, que seguiam pelos antigos caminhos de fé com passagem por Setúbal, agora o Hospital João Palmeiro teve a sua fachada recuperada e inaugurada, para a preservação da “memória colectiva”.
“Para já a visitação deste espaço corresponde só à fachada”, refere Maria da Dores Meira, recordando o simbolismo cultural e histórico” que interessa preservar num local datado do século XV.
Contudo, questionada sobre o estado de degradação da área envolvente à Igreja de Santa Maria, a Sé de Setúbal, onde se inclui o Hospital João Palmeiro, e sobre o porquê de, até ao momento, não ter passado por uma reabilitação mais acentuada, Maria das Dores Meira, contrapõe afirmando que “a área está a ser reabilitada”.
Segundo Dores Meira, no âmbito da recuperação da fachada do hospital foram inclusive removidos “alguns carros que estavam abandonados na zona”. Quanto à “falta de limpeza urbana, com acumulação de lixo e praga de pombos moribundos”, que muitos comerciantes da zona apontam, Maria das Dores Meira afirma que o município está “com algum cuidado em relação à zona dos lixos”. Assim como está a tentar reabilitar a área, “porque à medida que o edificado se vai reabilitando também ajuda a reabilitar o espaço público”.
Contudo a autarca reconhece os desafios que o município tem pela frente. “Nesta zona a maior parte dos edifícios são privados”. Por isso, o máximo que a Câmara pode fazer é “garantir que o espaço público fique menos sujo e mais organizado”.
Recuperação da memória colectiva
Entre os motivos que levaram a Câmara de Setúbal a assinalar de forma simbólica a inauguração da fachada do Hospital João Palmeiro, Maria das Dores Meira destaca o “facto de ser necessária a requalificação deste edifício pelo que representa para a memória colectiva da cidade”.
Para além da monumentalidade do edifício, Dores Meira, recorda ainda que “o estado de degradação a que o espaço chegou impunha a intervenção, pelo menos em relação à fachada, repondo a sua dignidade” e a da zona onde se situa.
Uma iniciativa que se enquadra no que a presidente considera “um longo processo de recuperação e reabilitação da memória patrimonial”. Sendo a acção mais notória desta estratégia a reabilitação da igreja do Convento de Jesus e “reunião de novas condições para a instalação do Museu de Setúbal, assim como profunda remodelação do Largo de Jesus”, refere.
“Demos, assim, mais um paço para a reabilitação do património histórico”, num caminho que “resgata a cidade e o concelho, num passado em que se atrasou e desqualificou”, defende Dores Meira.
A outra razão que levou o município a assinalar desta forma a reabilitação da fachada do Hospital João Palmeiro prende-se com a necessidade de retomar a normalidade, “dentro do possível e com todas as precauções para manter a cidade e o concelho em pleno funcionamento”.