Dores Meira não poupa criticas às razões que o PS tem alegado. E aponta-lhe os casos de Lisboa e Almada
O estacionamento pago na cidade de Setúbal é pomo de discórdia entre o PS concelhio e a maioria comunista que governa a autarquia sadina. Os socialistas votaram contra a proposta de concessão, por 40 anos, de cobrança de estacionamento, apresentada pela maioria CDU, na reunião de câmara de 17 de Fevereiro, e vieram dizer que este é “o maior aumento de sempre” no pagamento de estacionamento.
O PS de Setúbal, na sua conta do Facebook, veio contestar aquilo que diz ser um aumento de “mais 6 813 lugares pagos, para um total de 8 300 lugares”, o que vai repercutir-se em “mais de 500%”, a pagar em “mais de metade da cidade”. E apontam as zonas Amarela, Azul e Vermelha.
Uma publicação que desagradou à presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, também através do Facebook, na sua página, veio acusar o PS de ser contra o estacionamento pago na cidade, mas ser “a favor” quando o mesmo acontece em Lisboa e também em Almada, municípios geridos por socialistas.
Comenta a presidente, que o “Partido Socialista de Setúbal voltou, numa das suas típicas publicações de Facebook, a produzir monumental peça de demagogia e recheada de meias verdades que tem de ser desmontada”.
Maria das Dores Meira lembra a adjudicação, aprovada pelo seu executivo, da construção de dois parques de estacionamento subterrâneos na Avenida Luís Todi e concessão do estacionamento tarifado à superfície para apontar o dedo ao PS por “uma vez mais, tentar iludir os setubalenses ao dar a ideia de que o estacionamento será pago em todas as vias da cidade incluídas nas zonas coloridas do mapa que apresenta”. O que “é falso”, afirma.
Garante a líder do executivo CDU que o estacionamento “não será pago em todas as vias incluídas no zonamento previsto na concessão. Será pago apenas onde a pressão da procura o justifique e só depois de realizadas as necessárias obras de reabilitação dessas vias”, e tem sido esse o “compromisso” afirmado à oposição socialista, “o qual tentam omitir”.
Passando a dar exemplo sobre o estacionamento pago em outras cidades, a autarca diz que o PS de Setúbal “estranhamente esquece” que no concelho de Lisboa, gerido pelo socialista Fernando Medina, o número de lugares pagos e geridos pela EMEL – Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa “entre 2002 e 2017, aumentou de 216 para 84 211, o que corresponde a um crescimento médio anual de 5 599 lugares e a um aumento percentual, no período de 15 anos, de 38 mil 886%”. Assim, actualmente “o número de lugares pagos na cidade de Lisboa supera já os 100 mil”.
Ao caso de Lisboa, Maria das Dores Meira acrescenta o concelho de Almada, governado pela socialista Inês de Medeiros” onde “no princípio de 2019”, foi promovido o “aumento de 60% nas tarifas de estacionamento a praticar no centro da cidade”, e ainda a “introdução de uma tarifa nocturna entre as 18h00 e as 2h00 em algumas zonas do concelho”. A isto acresce o “alargamento a todo o ano do estacionamento tarifado na cidade da Costa da Caparica, com o período de pagamento entre as 8h00 e as 19h00, todos os dias da semana, contrariamente ao resto do concelho, em que se paga apenas nos dias úteis entre as 9h00 e as 18h00”.