Membros dos partidos com assento parlamentar ouviram preocupações daqueles que se quiseram fazer ouvir
O auditório da Escola Secundária Sebastião da Gama (ESSG) foi invadido na manhã de ontem por um verdadeiro debate político. Da esquerda à direita, de deputados a dirigentes da região – e de outros pontos do País – todos os partidos com assento na Assembleia da República se fizeram ouvir.
Organizado pelo aluno do 12.º ano daquele estabelecimento escolar, Hugo Santos, durante toda a manhã oito jovens falaram para uma plateia cheia de gente, mas também ouviram as ideias e perguntas de jovens que estão prestes a completar 18 anos – ou já completaram.
O estado do Ensino em Portugal, como conseguir o primeiro emprego, medidas para o combate às desigualdades, e, como mobilizar os jovens para o voto e combater a abstenção foram os quatro temas que deram o pontapé de saída para uma manhã de muitas partilhas.
Em declarações a O SETUBALENSE o estudante organizador da iniciativa, e que é também um dos coordenadores da página “Política nas Escolas”, considera que este tipo de iniciativas são muito importantes para o desenvolvimento dos jovens que são o futuro.
“Tanto os professores como os alunos têm interesse em saber mais, em participar de forma mais activa nas suas decisões, e também dar a sua opinião, e poder perceber qual é o campo político em que se encaixam porque muitos dos jovens não estão tão dentro da política”.
O projecto “Política nas Escolas” já levou por várias vezes àquela escola políticos, deputados e dirigentes para que os jovens estudantes se sentissem mais motivados e interessados pelo assunto.
No debate participaram Paulo Muacho (do Livre), Rodrigo Machado (Jovens do Bloco), José Cerdeira (Jovens Liberais), Francisco Camacho (Juventude Popular), André Abraão (Juventude Socialista), João Carvalho (Juventude Comunista Portuguesa), João Louro (Jovens Social-Democratas), e, Rita Matias (Juventude Chega).
“A questão de que os jovens não querem saber da política é errada e falsa. Os jovens querem saber da política mas para isso tem de haver estímulos, não é só querermos que os jovens estejam na política e metê-los a ver o telejornal. As coisas não funcionam assim, tem de haver estímulos, tem de haver uma aproximação por parte das juventude e, é em iniciativas como esta que nós podemos ver que é possível. Claro que há pessoas que estão desatentas, mas há muita gente que está interessada no que está a acontecer”, considera também Hugo Santos.
Em representação da direcção esteve Jorge Bico, sub-director da ESSG, que confirmou que o estabelecimento de ensino dá abertura “total” para este tipo de iniciativas e, aliás, até incentivam a que estas aconteçam.
“É importante porque a participação cívica nas escolas muitas vezes fica um bocadinho esquecida, porque se limita a cumprir um programa, e aqui estamos a ir muito mais além. Estamos a fazer o que significa, para mim, é exactamente formação cívica que é participar, ouvir opiniões, ser interventivo e ter um lugar na sociedade, coisa que actualmente muitos de nós não temos oportunidade”.