26 Junho 2024, Quarta-feira

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Discórdia sobre local deixou memorial parado até ser “resgatado” por André Martins

Discórdia sobre local deixou memorial parado até ser “resgatado” por André Martins

Discórdia sobre local deixou memorial parado até ser “resgatado” por André Martins

Ricardo Crista é o criador da obra em homenagem a Zeca Afonso e garante que a mesma foi criada para estar de frente para o mar

 

Uma peça criada para estar de frente para o mar, tendo três visibilidades, que representam o presente, o passado e o futuro. Assim explica Ricardo Crista, o artista que idealizou e construiu o memorial a Zeca Afonso, um projecto que garante ter sido iniciado com a ex-autarca Dores Meira, mas que após não se ter chegado a acordo quanto à localização, ficou a “marinar” até ter sido “resgatado” pelo actual presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, e inaugurado em celebração dos 50 anos do 25 de Abril.

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O artista, que reside na cidade de Setúbal, esclarece que todo o conceito de estética da peça foi desenhado para a frente do mar, e que apesar do pedido de Dores Meira em que a peça fosse colocada noutro local, Ricardo Crista sempre se recusou a que tal acontecesse, motivo pelo qual a inauguração na mesma nunca fosse avante durante o mandato da ex-autarca.

Em entrevista a O SETUBALENSE, o artista lisboeta explica que tudo começou quando a presidente da altura, Maria das Dores Meira, quis fazer uma homenagem a Zeca Afonso pela vida dele. “Como eu já tinha feito algum trabalho artístico com eles [Câmara Municipal], já havia feito algumas obras, daí eu projectei esta peça a partir deste desafio, que foi sensivelmente há 4 anos”, refere, realçando que a primeira maquete foi apresentada mais ou menos seis meses após a proposta.

“Eu fiz a peça, não para aquele local específico onde está, mas todo o conceito de estética foi desenhado para a frente do mar, devido às transparências e devido a ser uma peça dinâmica, todo o conceito foi criado para a frente ribeirinha”, elucida o artista, recordando como foi todo o processo.

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“A presidente propôs colocar a obra no Largo José Afonso, mas eu disse logo que para ali não fazia, porque a peça perderia toda a visibilidade, o meu objectivo sempre foi ter a peça à frente do mar. Depois ficou estes quatro anos a marinar, digamos assim, no meu atelier. Agora o presidente André Martins veio resgatar o projecto, que já tinha conhecimento, juntamente com o vereador Pedro Pina, uma vez que acompanharam todo o processo desde o início, através da na altura presidente Dores Meira. O presidente André Martins é que veio resgatar a peça e concretizar no sítio onde eu a projectei”, afirma.

Para Ricardo Crista, a peça ficou “exactamente” aquilo que estava à espera. “Claro que é sempre complicado, a nível de projectos, de construir a maquete e depois ver a peça concretizada na sua verdadeira grandeza, aí é que iria perceber se realmente aquilo tudo, os estudos, cálculos e todas as horas e anos passados à volta da peça, e pronto resultou”, garante.

O artista explana que a construção é a parte mais rápida, sendo que neste caso durou entre dois e três meses, num processo que envolve cortar o ferro, fazer as encomendas e aumentar a escala. A parte que demora mais tempo foi toda a idealização e desenho, sendo que esse processo já demorou cerca de um ano.

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“Com este atraso na realização da peça, creio que se pode dizer que há males que vêm por bem”, diz o artista, realçando que, no seu entender, “faz mais sentido” inaugurar nesta altura dos 50 anos do 25 de Abril, “simplesmente por causa do acto em si, do marco da celebração”.

Peça pode ser vista através da própria sombra

Ricardo Claro garante que para esta ser uma peça dinâmica, tudo o que passa atrás, as ondas e as nuvens, são “importantes”, para haver a “memória da passagem do presente, do passado e do futuro”.

O artista deixa também uma novidade, enaltecendo que esta peça tem uma particularidade que será apresentada muito brevemente. “Ela é vista de frente, de trás, mas agora vai aparecer uma nova coisa, porque ela vai ser vista de cima. Com toda a sombra projectada vamos ver a cara do homenageado, porque foi virada para um determinado local e estudado para isso”.

Neste momento do ano é por volta das 10h30 que a cara de Zeca Afonso é visivelmente projectada em todo o chão da calçada, tendo três visibilidades, que “representam o presente, o passado e o futuro”.

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