26 Junho 2024, Quarta-feira

Directora da Secundária du Bocage acusada de destituir associação de estudantes

Directora da Secundária du Bocage acusada de destituir associação de estudantes

Directora da Secundária du Bocage acusada de destituir associação de estudantes

Raquel Polainas diz que decisão não é oficial e que há outras razões, como a não apresentação de documentos à direcção

 

A directora da Escola Secundária Barbosa du Bocage, antigo Liceu, em Setúbal, é acusada de destituir a associação de estudantes após a sessão de apresentação do Programa Nacional de Incentivo ao Associativismo Estudantil “Associa-te”, que decorreu na passada quarta-feira.

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Em causa estará a intervenção da vice-presidente da associação, que, durante a sessão, deu “a conhecer o pouco apoio da escola à associação”, ao afirmar que “foi preciso esperar mais de três meses após a sua eleição para o primeiro encontro com a direcção”.

Segundo o Conselho Nacional de Juventude (CNJ), Raquel Polainas, directora da Secundária du Bocage, “destituiu a associação depois de participação “dar mau nome” em sessão com a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes”.

Ao que O SETUBALENSE conseguiu apurar, a decisão foi já transmitida aos estudantes. Contudo, a directora do estabelecimento de ensino garante que “não há nada oficial sobre a dissolução”.

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“Estamos a ponderar muito bem as coisas”, diz, apesar de afirmar que “não há outra solução senão a dissolução” da associação de estudantes.

O Conselho Nacional de Juventude, através de comunicado, diz que a aluna em questão, após a sessão de apresentação do referido programa, que resulta de uma parceria com o Instituto Português do Desporto e da Juventude, “viu-se com um processo disciplinar”.

“A situação descrita é preocupante, uma vez que sugere que a escola pode estar a limitar a liberdade de associação dos seus alunos e levanta questões importantes sobre o papel das escolas e dos educadores na promoção do associativismo estudantil”, sublinha o CNJ.

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“Já foram pedidos esclarecimentos à direcção e, caso se confirme, o CNJ acredita que a direcção não reúne condições para manter-se à frente deste estabelecimento de ensino público”. Contrariamente, Raquel Polainas assegura que a escola não foi contactada.

Para a directora da escola, as afirmações da aluna são “falaciosas e falsas”. “Aquilo não se tratou de uma reunião de âmbito privado. Aquilo foi uma reunião pública e com um membro do Governo. Foi muito sério e quando prestamos declarações falsas e injustas temos de saber que temos de colher as consequências disso”, salientou.

No entanto, explica que a decisão foi tomada tendo também em consideração outras situações. “A associação, desde que tomou posse e até Fevereiro, é suposto apresentarem uma série de documentos, como a planificação das actividades ou documentos contabilísticos, e nunca nos apresentaram nada”, revelou.

“Tínhamos dado várias oportunidades e agora ouvimos isto. Eles é que se vão queixar que nós damos pouco apoio? Estamos com muita paciência, vez após vez a pô-los no caminho, e ele dizem que não têm apoio? Foi chocante e uma sensação de injustiça”, acrescentou.

Já o presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, Paulo Lopes, afirma que estão “à espera por mais informação por parte da escola para avaliar a situação e decidir a posição a tomar”.

Na mesma nota, o CNJ refere ainda que “a direcção da escola cancelou o torneio de jogos que decorreria no dia seguinte, situação que levou agentes da autoridade ao recinto escolar, chamados pela direcção, por pouca colaboração dos estudantes”.

A directora da escola explica que a iniciativa foi cancelada por falta de planeamento da associação de estudantes. Questionada sobre o porquê de terem sido chamadas as autoridades ao local, refere que foi por precaução.

“Os miúdos estavam chateados. Como havia ameaças de que se iam manifestar, e porque os ânimos se exaltam, foi por uma questão de segurança”.

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