Direcção explica que situação está perto de ser resolvida, garantindo que está a ser feito um “esforço enorme”
Dezenas de funcionários do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Arrábida estão há vários anos sem receberem classificações, o que se traduz nos aumentos salariais congelados. A direcção do ACES Arrábida assegura que está a trabalhar para resolver a situação, garantindo que terá tudo tratado muito brevemente.
De acordo com informações recolhidas por O SETUBALENSE, existem funcionários que não são classificados desde 2017, impedindo o aumento salarial dos profissionais de saúde. As classificações são atribuídas a cada dois anos, de modo que as mesmas sejam actualizadas e permitam o devido aumento salarial aos funcionários. Estas classificações, após serem realizadas, têm de ser enviadas para a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, onde são homologadas.
A direcção garantiu a O SETUBALENSE que, nesta altura, estão a ser finalizados os processos de praticamente todos os profissionais. A direcção do ACES Arrábida explicou que actualmente existem entre 40 a 50 profissionais nesta situação, mas já se trataram de várias etapas do processo, garantindo que “o que falta tratar, de todas as etapas, são dez funcionários no máximo”.
A complexidade do problema foi esclarecido pela direcção, assegurando que este é um processo que envolve muitos profissionais, dando o exemplo dos médicos, que “estavam com a situação por resolver desde 2011”. Foi deixado o apelo que os funcionários confiassem na direcção, garantindo que está a ser feito um “esforço enorme”. “Podíamos fazer como os directores anteriores e deixar a situação andar, mas nós estamos a tentar resolver”, referiu.
“É muito injusto e desmotivante para nós enquanto trabalhadores”
Uma assistente técnica, que preferiu manter-se anónima, mostrou-se bastante insatisfeita e garantiu estar perto de avançar para tribunal. “Estamos à espera desde 2017, já tentei falar com o sindicato, mas também não adianta nada. O ACES Arrábida comprometeu-se que até ao final de 2020 tudo estaria feito, mas até agora nada”, contou, confessando que já esteve mais longe de recorrer à via judicial.
“Já podia ter avançado para tribunal, mas a minha situação financeira não o permite. Vou esperar até ao final do ano, depois não tenho outra alternativa. Já fiz inclusive uma exposição à Administração Regional de Saúde, mas não obtive nenhuma resposta. A funcionária acrescentou que mesmo quando o pagamento for realizado, será “talhado” pelo IRS. “Se nós chegarmos a receber aquilo que nos é devido, vai ser tudo talhado pelo IRS. É muito injusto e desmotivante para nós enquanto trabalhadores”, concluiu.
Ex-funcionários reformados já não têm solução
Um antigo funcionário, que, entretanto, já se aposentou, queixa-se que não foi aumentado por não ter sido classificado, fazendo com que a sua reforma não corresponda àquilo que deveria receber. “Eu bem esperei durante muito tempo, mas a resposta que nos davam era sempre que iria ser resolvida no mês seguinte. Acabei por me aposentar com um escalão inferior ao que devia, tudo devido ao ACES Arrábida”, referiu.