Ex-bispo de São Tomé e Príncipe familiarizado com diocese sadina, ao ter sido pároco de São Sebastião de 1997 a 2001
A nomeação de um novo bispo para a Diocese de Setúbal poderá estar para breve, com o momento a poder concretizar-se ainda antes do Natal. Em cima da mesa estão duas possibilidades: D. Armando Esteves Domingues e D. Manuel António dos Santos.
Além do actual Bispo Auxiliar do Porto estar na mira para suceder a D. José Ornelas, como O SETUBALENSE avançou em Março último, também o nome de D. Manuel António dos Santos tem vindo a ganhar força, uma vez que o ex-bispo de São Tomé e Príncipe foi, de 1997 a 2001, pároco de São Sebastião e responsável pela Vigararia do Coração de Maria.
A O SETUBALENSE, a Diocese de Setúbal disse apenas que “não há, neste momento, qualquer informação de quem será o próximo Bispo”, relembrando que “o processo de nomeação depende, directamente, da Santa Sé”.
Natural de São Joaninho, distrito de Viseu, D. Manuel António Mendes dos Santos nasceu a 20 de Maio de 1960. Com uma família numerosa, com três irmãos e quatro irmãs, ingressou aos 18 anos no Seminário Menor da Diocese de Lamego. Foi em Fátima que, a 26 de Setembro de 1980, emitiu a sua primeira profissão.
Já entre 1978 e 1985 frequentou os estudos filosóficos e teológicos no Instituto das Ciências Humanas e Teológicas do Porto e na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa.
No dia 20 de Julho de 1985 foi ordenado presbítero na sua terra natal. Passados nove anos fez a experiência missionária em São Tomé, de onde partiu em 1995 para a especialização em Teologia Pastoral na Pontifícia Universidade Salesiana, em Roma.
O regresso a Portugal aconteceu em 1997, sendo que em 2001 foi eleito Superior Provincial dos Missionários Claretianos. Volvidos dois anos, e até 2005, desempenhou a função de presidente da Conferência Nacional dos Superiores Maiores dos Institutos Religiosos.
Em 2006, o Papa Bento XVI nomeia-o Bispo de São Tomé e Príncipe, sendo ordenado no dia 17 de Fevereiro de 2007, no Santuário de Fátima. Já este ano, no passado mês de Julho, e depois de 15 anos como bispo são-tomense, D. Manuel António dos Santos renunciou porque “começava a sentir algum cansaço”, disse à Agência Ecclesia.
“Ao fim de 15 anos, sendo uma igreja pequena em que tudo se centra no bispo, acabo por me sentir já bastante cansaço e, portanto, a necessitar de restaurar forças, reanimar a vida”, afirmou.
Com experiência e conhecimento do território sadino, é agora apontado como uma das fortes possibilidades para se tornar o quarto Bispo de Setúbal, função que se encontra vaga desde o passado dia 28 de Janeiro.
A Diocese de Setúbal está em “Sede Vacante” há cerca de oito meses, termo que se aplica ao período que decorre desde a morte ou renúncia de um Papa até à eleição do seu sucessor. Até ser nomeado um novo Bispo de Setúbal, o governo compete ao Colégio dos Consultores, que elegeu o Padre José Lobato como Administrador Diocesano de Setúbal.
Tal significa que todas as obrigações do Bispo são por si assumidas, na sequência da transferência de D. José Ornelas para a Diocese de Leiria-Fátima.
O anterior Bispo de Setúbal sucedeu a D. Gilberto Canavarro dos Reis, sendo que a saída de D. José Ornelas de Setúbal representou um acontecimento inédito na diocese sadina, na qual D. Manuel Martins e D. Gilberto Canavarro dos Reis, os dois bispos antecessores, ocuparam o cargo até à renúncia por motivos de idade.