Instituição histórica prepara-se para abrir novas instalações no Largo de Santo António
O conservatório regional de Setúbal adquiriu novas instalações no Largo de Santo António, em Setúbal, alargando dessa forma o seu espaço físico para o centro da cidade. A actual direcção desta instituição, que termina funções a 15 de Julho, quis deixar tudo organizado para que o futuro do conservatório esteja garantido com as melhores condições para todos os jovens que queiram seguir nesta vertente artística.
Em entrevista a O SETUBALENSE, António Fernandes, presidente da administração, e Ana Gomes, presidente da direcção, contaram um pouco da história desta instituição e mostraram-se positivos relativamente ao futuro do conservatório regional de Setúbal.
A presidente da direcção da instituição explicou que existiu um grande trabalho realizado na reabilitação do conservatório. “Há cerca de vinte anos, quando nós chegámos, encontrámos a situação da associação muito difícil. Tínhamos dividas enormes tivemos de fazer um esforço enorme e uma gestão ao longo destes anos que nos permitiu não só acabar de pagar a primeira vivenda, pagar a segunda, realizar obras nas mesmas, adquirir instrumentos e comprar ainda este espaço e realizar as obras”, começou por dizer.
António Fernandes considera que os apoios têm sido escassos, sendo que o governo não tem acompanhado a nível financeiro a evolução da instituição. “Foi praticamente à nossa custa que tudo isto foi realizado, para além do grande apoio da SECIL, assim como do ministério da Educação, embora este seja apenas para os professores. Mesmo esse apoio tem-se mantido sempre igual, apesar de a procura e as despesas dos nossos serviços ter aumentado bastante. O apoio que nos dão não tem sido acompanhado com o nível de despesas que temos tido”, referiu.
O presidente da administração fez questão de frisar o apoio da SECIL, que considera fundamental para o crescimento do conservatório. “O grande apoio que temos tido é da SECIL, têm sido fundamentais ao longo destes anos. Gostamos muito de realçar isso, porque foram mesmo o único grande apoio que tivemos, sendo o nosso único mecenas”, enalteceu. Relativamente ao futuro, a direcção está confiante que foram deixadas todas as condições para que tudo corra da melhor maneira.
“Nós deixamos todas as condições para que tudo corra bem, quer em termos de património, entre instalações e instrumentos, assim como uma situação financeira muito desafogada. É um grande orgulho para nós que tenhamos deixado tudo em bom estado, para que quem chegue a seguir encontre o conservatório num estado muito melhor que aquele em que nós nos deparámos quando aqui chegámos”
Conservatório já conta com mais de trinta anos de história
O conservatório foi fundado em 1988, tendo nascido da constatação da inexistência de uma escola “especificamente dedicada ao ensino especializado da música no distrito de Setúbal”. De entre os seus impulsionadores, António Fernandes destacou a figura da pedagoga Professora Maria Adelaide Rosado Pinto, considerando que “contribuiu para o enriquecimento patrimonial, artístico e cultural da cidade de Setúbal”.
O Conservatório Regional de Setúbal, ao longo da sua existência, tem vindo a ministrar o ensino da música a milhares de alunos, dos mais variados escalões etários. Muitos deles são actualmente profissionais ou amadores, nos mais variados campos da actividade musical. Para além das actividades escolares, o Conservatório Regional de Música de Setúbal tem procurado contribuir para o “desenvolvimento cultural e artístico da comunidade em que se insere, colaborando com as mais variadas instituições, oficiais e particulares, tendo integrado várias comissões organizadoras de eventos musicais de nomeada”.
Actualmente presenta, anualmente, um vasto programa de actividades musicais, que decorre em diversos espaços culturais, não só na cidade de Setúbal, mas também, de outras localidades do país e estrangeiro, recorrentemente em Espanha.
Executivo da CDU fez promessas que não cumpriu
António Fernandes abordou os apoios do executivo sadino, garantindo que existiram promessas que ainda estão por cumprir. “A câmara municipal de Setúbal dá-nos 1500 euros por ano, e se compararmos esse valor com aquilo que o conservatório tem feito pela cidade, revela-se bastante baixo”, considerou, garantindo que se estivessem à espera não teriam avançado. “Houve promessas feitas pelo executivo, como a realização da pintura das novas instalações e a caixilharia e nada foi feito até agora. Se estivéssemos à espera desses apoios não se realizava nada neste espaço”. Contactado por O SETUBALENSE, o gabinete da presidência garantiu que irá cumprir aquilo que prometeu.