O “II Congresso de Enfermagem Perioperatória: da evidência à prática na segurança dos cuidados”, amanhã, vai recriar o ambiente vivido num bloco operatório e apresentar os resultados dos trabalhos realizados pelos alunos de mestrado
Entre as 09h00 e as 18h30 desta sexta-feira, dia 25, o auditório nobre do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) vai estar impregnado do espírito próprio de um bloco operatório para receber o “II Congresso de Enfermagem Perioperatória: da evidência à prática na segurança dos cuidados”. Organizado no âmbito da Unidade Curricular de Investigação II do 2.º Curso de Mestrado em Enfermagem Perioperatória, que pretende apresentar os resultados científicos dos trabalhos realizados pelos alunos do segundo ano de mestrado.
A comissão científica é composta pelos professores Ana Lúcia Ramos, Andreia Cerqueira, António Freitas e Lucília Nunes.
“Temos 14 finalistas este ano, nesta que foi a primeira escola no país a apresentar um curso como este. Fazia falta este tipo de formação. Os enfermeiros perioperatórios são aqueles cujo trabalho não se vê. Trabalham sempre em ambiente cirúrgico, no bloco operatório, e o curso permite o desenvolvimento de competências nesta área tão específica”, começa por explicar António Freitas, professor do IPS e membro da comissão científica e organizadora do congresso, a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO.
“Este congresso vem agregar um conjunto de saberes e reconhecer a importância destes profissionais e do trabalho por eles realizado”, adianta. O sucesso deste curso pode também verificar-se pela procura muito diversificada por parte dos estudantes, uma vez que existem alunos provenientes de várias partes do país, da região da Grande Lisboa, Santarém, Algarve e até das ilhas.
O encontro decorre como um verdadeiro dia de trabalho num bloco operatório, começando com um briefing de planeamento e preparação do enfermeiro em contexto perioperatório. Depois há “salas operatórias”, com a respectiva equipa cirúrgica e cuja moderação será realizada por uma enfermeira responsável, perita em Enfermagem Perioperatória. Para a sala 1, entre as 10h00 e as 11h30, com o nome “Gestão de risco e procedimentos de segurança”, estarão em debate temas como “Práticas seguras para gestão do risco durante o procedimento HIPEC”, “Práticas seguras na técnica de Braquiterapia Prostática – riscos físicos (radiação ionizante)”, com Bernardo Neves, do Hospital da Luz de Setúbal, e “Práticas seguras perante o cliente com hipersensibilidade ao latex”.
A qualidade dos cuidados de enfermagem na cirurgia de emergência encerrará este painel, a que se segue a sala 2, sobre “Cuidados de enfermagem ao cliente pediátrico em contexto perioperatório”. Neste painel, estarão em cima da mesa o “Conforto e segurança no circuito da criança/família no Perioperatório”, com Helena Meireles, do Hospital da Luz de Setúbal, “Vantagens da presença dos pais/pessoa significativa, no BO, até à indução anestésica”, com David D’Oliveira, do Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e o “Acompanhamento da criança/jovem”, assunto a encerrar a manhã de trabalhos.
Depois da hora de almoço, o congresso retoma pelas 14h15, com a sala 3, denominada “Integração de enfermeiros no contexto perioperatório”. Madalena Cabrita, do Hospital Garcia de Orta, fará, neste painel, a moderação dos seguintes temas em debate: “Necessidades dos enfermeiros recém-chegados”, “Contributos para a elaboração de um guião”, e “Especialidades do enfermeiro circulante”.
A terminar, a sala 4, sobre “O enfermeiro perioperatório na organização: dinamização da equipa”, conta com o debate da “Gestão dos cuidados de enfermagem em cirurgia de ambulatório”, da “Implementação da consulta de enfermagem pré-operatória”, da “Checklist de verificação de material cirúrgico: uma ferramenta de apoio à gestão”, e da “Relevância do enfermeiro coordenador de transplante pulmonar”.
Por volta das 17h30, terá lugar o debriefing: a preparação do dia seguinte em Enfermagem Perioperatória, em que será feita a avaliação do trabalho realizado e o planeamento futuro do desenvolvimento desta área de especialização. Esta avalição será feita por Bernardo Neves, estudante do curso de mestrado em Enfermagem Perioperatória, a professora Lucília Nunes da ESS-IPS, Mercedes Bilbao, da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses e elementos da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros.
A organização diz que há cerca de duzentas pessoas inscritas, incluindo enfermeiros provenientes de quase todo o país.