Conferência “Educação e as Portas que Abril Abriu”, promovida pelo IPS, olhou para a Educação antes e após o 25 de Abril
“Setúbal é um exemplo de como a Educação pode ser um motor da transformação social”. A consideração foi feita pela vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal que, durante um encontro promovido pelo Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), defendeu a escola pública e a necessidade de se democratizar o ensino.
Carla Guerreiro falava durante o evento “Educação e as Portas que Abril Abriu”, que decorreu esta segunda-feira no anfiteatro da Escola Superior de Educação (ESE) do IPS e, ao reflectir sobre os quase 51 anos desde que vivemos em democracia, lembrou que ainda há muito por fazer.
Assim, considerou que apesar dos “avanços significativos na Educação em Portugal, nomeadamente na ampliação escolar, na modernização dos currículos e na melhoria de infra-estruturas, ainda há muito por fazer para garantir que todos podem beneficiar destas conquistas”, lê-se em nota de Imprensa enviada à redacção d’O SETUBALENSE.
A autarca referiu que a escola pública “representa igualdade de oportunidades, acesso universal ao conhecimento e promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva”, mas lembrou que “a democratização da Educação deve ser um processo contínuo, que exige empenho e que deve dar voz aos alunos, promovendo a sua participação activa nas decisões que afectam o seu futuro”.
A também vereadora com o pelouro da Educação considerou ainda que é necessário continuar a lutar por direitos que, mesmo que pareçam garantidos, nunca vão estar. “Nem tudo o que foi conquistado está para sempre conquistado”. Debruçada sobre o mesmo assunto esteve a antiga docente daquela instituição de ensino superior politécnico, Ana Maria Pessoa, que lembrou que “todas as conquistas não são definitivas”, disse depois de fazer um resumo da Educação em Portugal antes e após o 25 de Abril. Já a antiga docente e directora da Escola Superior de Educação de Setúbal, Cristina Gomes da Silva, lembrou a importância de uma escola pública e democrática porque “é por onde passa a maioria das pessoas, pelo que é essencial defendê-la”.
A presidente do IPS considerou que a Educação “é uma força de mudança e um direito universal”. Ângela Lemos elogiou a conferência, que serviu para lembrar “as conquistas de Abril, em que a Educação se constituiu uma ferramenta de emancipação”.
João Pires, o actual director da ESE-IPS, adiantou que este tipo de discussão é muito profícuo para celebrar “os 51 anos do 25 de Abril, os 45 anos do Instituto Politécnico de Setúbal e os 40 anos da Escola Superior de Educação”.