Foi apresentado o projecto e o presidente do Pitroda Group Portugal alerta para a importância da celeridade
O plano estratégico da Cidade do Conhecimento foi apresentado ao Conselho Consultivo do projecto, que ouviu com atenção a explicação de Sérgio Barroso, associado da consultara CEDRU (Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urabano), responsável pelo plano.
Durante a apresentação da estratégia do empreendimento do Pitroda Group, que garante ter investidores para uma ideia que ronda os mil milhões de euros, foi referida várias vezes a necessidade de sinergia entre os actores da sociedade e principais stakeholders da região, não só de Setúbal, como da própria Área Metropolitana de Lisboa. Este projecto, garantem todos os responsáveis, pode ter expressão a nível não só nacional, como internacional, reunidas as condições para o mesmo.
Assente em ideias sustentáveis, de inovação e desenvolvimento para garantir mais talento e, por conseguinte, mais conhecimento, a ideia “estará em velocidade de cruzeiro dentro de vinte anos”, sendo necessário que “todos os parceiros locais, nas suas mais variadas dimensões, estejam preparados para acompanhar”, referiu Sérgio Barroso.
E acrescentou, com o apoio de Gustavo Miedzir, presidente da Pitroda Group Portugal, e Manuel Pisco, vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que é necessário um novo modelo de “governança”, para combater a burocracia e garantir modelos de decisão céleres que funcionem a um nível local e nas mãos de quem está mais próximo do projecto da Cidade do Conhecimento.
“É preciso criar um modelo de decisão que dependa de nós, uma mudança de paradigma. Falamos de inclusão, de pessoas e espírito colaborativo”, adicionou Gustavo Miedizr, responsável em Portugal do grupo do indiano Sam Pitroda.
Pensar a longo prazo, mas já
No entanto, a actual existência de investidores, tendo também em conta as contingências da pandemia Covid-19, deve obrigar a acções rápidas. “O projecto precisa do envolvimento de todos para que seja de excelência. O volume de investimento que representa é assinalável. A realidade de hoje permite trazê-lo para Portugal, mas não se sabe como vão pensar os investidores daqui por três anos. Por esse motivo, há que ser diligente”, alerta Gustavo Miedzir.
Sérgio Barroso, que enumerou uma série de necessidades, mas também de objectivos e identificações de problemas e possíveis soluções, dentro das áreas ambientais, tecnológicas e sociais, garante que “por exemplo, a construção do novo aeroporto é extremamente importante”. “É preciso fazer acontecer”, pede.
“Há uma focalização na economia do conhecimento e na inovação, que tem de ser o core [do projecto], mas que não pode ser simplesmente económico”, frisa o responsável pelo plano estratégico, que deriva e desagua num masterplan para a Cidade do Conhecimento.
Acrescentou ainda que ainda é tornar o distrito de Setúbal numa “força motriz para o país”, identificando ainda “seis pontos críticos” para garantir a “centralidade global na economia do conhecimento: massa crítica, conectividade global, potencial de investigação e desenvolvimento, capital humano qualificado, a questão ambiental e activos sociais e culturais.
Admitiu, contudo, que “no que toca ao capital humano existem desafios muito grandes” e que existe a necessidade de os ultrapassar e “ter um contexto cultural atractivo e confortável para atrair talento”.
A Cidade do Conhecimento prevê a construção de infraestruturas modernas, de escritórios, residências, unidades hoteleiras, um “essencial” centro de congressos, e outras valências, numa área de 180 hectares na zona do Vale da Rosa.
Além do The Pitroda Group LLC e da autarquia, o Conselho Consultivo da Cidade do Conhecimento é constituído pelas cinco juntas de freguesia do concelho, Assembleia Municipal, Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, AICEP Portugal Global, AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal e Área Metropolitana de Lisboa.
BlueBiz Global Park, Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Fundação Escola Profissional de Setúbal e Instituto Politécnico de Setúbal integram também o órgão.