28 Junho 2024, Sexta-feira

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Cidadãos pela Arrábida contestam justificações da proprietária da Comenda

Cidadãos pela Arrábida contestam justificações da proprietária da Comenda

Cidadãos pela Arrábida contestam justificações da proprietária da Comenda

Seven Properties afirma que vedações defendem património histórico e são temporárias, mas Movimento pela Arrábida tem outra tese

 

As explicações da empresa proprietária da Quinta da Herdade da Comenda, Seven Properties, sobre a vedação que mandou colocar no Parque de Merendas, e garantia de que este espaço vai, futuramente, manter-se aberto tanto à população como a turistas, não convence o Movimento de Cidadãos pela Arrábida e Estuário do Sado que, agora em comunicado, fala em acto “inqualificável relativamente ao povo e instituições de Setúbal e da Arrábida, com a recente invasão do Parque de Merendas, o seu cerco e a destruição de parte do equipamento camarário”

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Na base dos protestos contra a Sociedade de Investimentos Imobiliários está o facto desta ter colocado uma cerca que veda o acesso ao Parque de Merendas, o que já fez reunir no local, domingo 3 de Outubro, vários cidadãos em contestação, onde esteve presente o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, que prometeu tudo fazer para clarificar a situação.

Diz a Seven Properties, em resposta enviada a O SETUBALENSE, que esta vedação é temporária, e apenas vem em defesa dos “fortes indícios e muitos vestígios de que a Quinta foi outrora um importante centro de actividade de preparados piscícolas do Império Romano”. Ao mesmo tempo, realça estar a “investir no Arqueosítio da Comenda, incluindo a criação de um núcleo interpretativo, centro de exposições, anfiteatro romano para espectáculos culturais e um Parque de Merendas requalificado”. Refere ainda que vai passar a existir um “espaço adequado para refeições”. Intervenções estas que diz terem sido transmitidas a entidades de Estado e à autarquia sadina.

Ora nenhuma destas justificações é aceite pelo Movimento de Cidadãos pela Arrábida e Estuário do Sado, que afirma: “A Ribeira da Ajuda, ou da Comenda, está sujeita à influência das marés em toda a área do Parque de Merendas e até um local situado a cerca de 700 metros a montante do local onde esta é atravessada pela EN 10-4 – a estrada das praias”. Por conseguinte, “ao abrigo do artigo 84.º n.º 1 al. a) da Constituição e dos artigos 3º., 4.º, 10.º e 11.º da Lei 54/2005, quer o leito da Ribeira, quer a respectiva margem, numa largura de 50 metros a contar da linha de preia-mar das águas-vivas equinociais, em toda a área do Parque de Merendas, integra o Domínio Público Marítimo e pertence ao Estado Português”.

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A isto acrescenta que “a estação arqueológica da Época Romana encontra-se para lá do Parque de Merendas, entre este e a foz da Ribeira”. Portanto, “não está dentro da área cercada ilegalmente”.

Perante isto, o movimento considera que a Seven Properties – Sociedade de Investimentos Imobiliários, “invadiu e cercou um terreno que pertence ao Estado português”, o qual “era utilizado pela população desde tempos imemoriais, e destruiu equipamento pago com o dinheiro dos contribuintes, sob um falso pretexto”.

Diz ainda este movimento de cidadãos, que a empresa “evoca motivos que sabe não serem verdade”, e aqui aponta que “as ruínas romanas não existem na área vedada”. Em conclusão, considera que a Sociedade de Investimentos “devia retirar imediatamente as vedações das zonas que não lhe pertencem e reparar os bens que foram lá colocados com o dinheiro dos contribuintes”.

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