Cláudio Fonseca, negro e oriundo da Bela Vista, é cabeça-de-lista à Freguesia de São Sebastião. “Prova que no Chega não há racismo”
O Chega apresentou este sábado, na Quinta do Patrício, perto do Forte de São Filipe, os candidatos aos órgãos autárquicos do concelho de Setúbal destacando a ideia de que o partido quer e já está a fazer história.
O cabeça-de-lista à Câmara Municipal disse querer que “Setúbal deixe de ser o dormitório de Lisboa e trazer investimento e criação de emprego de volta ao concelho” e que é com essa vontade que o partido vai a votos. “Será com essa determinação que faremos história dia 26 Setembro de 2021”, gritou.
Luís Maurício, operador marítimo, defende que o Chega é a “única alternativa em Setúbal” e diz propor um projecto capaz de fazer reformas estruturais e de romper com as políticas de esquerda. O candidato aponta os partidos de esquerda como os grandes adversários.
“O meu combate em Setúbal é muito claro: combato o Partido Comunista. Combato o Partido Socialista. Só o Chega pode encontrar as soluções políticas para os desafios do concelho. Lutaremos para combater as graves desigualdades e disparidades sociais existentes no concelho. A segurança dos setubalenses será uma prioridade, pois sem segurança não há qualidade de vida.”, disse.
Fazer com que Setúbal “deixe de ser o dormitório de Lisboa” e “restaurar a esperança do povo”, foram outras afirmações do candidato, que a certa altura citou um verso de uma música de Zeca Afonso. ““Eles comem tudo e não deixam nada”.
Para o candidato à Assembleia Municipal, Nuno Gabriel, o trabalho para a história já começou. “Estamos a fazer história. Somos os primeiros candidatos locais do Chega, por isso, ainda antes das eleições, já estamos todos de parabéns.”, disse. O Cabeça-de-Lista, que fez questão de referir que é jurista da Associação Romani, como voluntário, deixou um alerta aos candidatos do partido. “O Chega é um partido diferente, por isso os eleitos do chega também terão que ser diferentes. Não vai ser fácil. Não vão ser cordiais connosco.”, avisou.
Nuno Gabriel prometeu “combater a “promiscuidade a nível local”, assim como as “taxas e taxinhas”, que disse não pouparem os comerciantes nem em tempo de pandemia, e defendeu o uso do referendo local para as “questões mais importantes”.
Cláudio Fonseca: “Eu sou a prova de que no Chega não há racismo”
O candidato à Junta de Freguesia de São Sebastião, foi apresentado, e apresentou-se, como “a prova” de que o partido não é racista. Cláudio Fonseca, de 48 anos, empresário com vários estabelecimentos em Setúbal e agente de uma força de segurança, é negro e oriundo da Bela Vista.
“Aceitei o convite com entusiasmo. Até tenho borboletas na barriga de estar aqui. Represento também as etnias, que trabalham e que também têm de ter voz”, disse Cláudio Fonseca.
Antes, já Luís Maurício tinha apresentado o cabeça-de-lista a São Sebastião como “um candidato especial”.
“Cresceu em bairros sociais, é empresário, dá emprego a muita gente, e vem demonstrar que de racismo o Chega não tem nada”, afirmou. “Eu sou a prova de que no Chega não há racismo”, acrescentou depois Cláudio Fonseca.
José Carlos Ferreira, candidato à União de Freguesias de Setúbal, funcionário municipal, prometeu sobretudo apoio aos idosos. “A Junta de Freguesia tem o dever de apoiar essa comunidade. Não é só apoiar quem nada faz, mas quem muito já fez”, atirou.
O candidato à União de Freguesias de Azeitão, Nuno Calder, de 42 anos e gerente de supermercado de uma grande cadeia nacional, é pai de quatro filhos e apresentou-se com defensor dos valores da família.
“Passa aos meus olhos a dificuldade que as pessoas de Setúbal têm para se alimentar. O IMI e a água são dos mais altos. Tudo sufoca a população.”, referiu. Para Azeitão, o candidato apresentou a segurança e o investimento como pilares do seu programa.