O tradicional desfile escolar do Festival de Música de Setúbal levou, esta sexta-feira, 26, cerca de 800 músicos pequenotes a dar ritmo e alegria à Avenida Luísa Todi. Foi vê-los num grupo com caretos, pauliteiros de Miranda e até romanos e cruzados a encherem o ar da principal artéria da cidade com sons de percussão.
“’Mãos Juntas’ foi o título da parada musical que começou com um grande concerto no Auditório José Afonso, onde crianças de vários graus de ensino, bem como utentes de instituições como a APPACDM exploraram ritmos que partiam de instrumentos tão simples como a voz ou pauzinhos, num espectro que ia até bombos, tarolas, tambores ou caixas de percussão”, sublinha a Câmara Municipal, um das entidades que financia o Festival organizado pela A7M – Associação do Festival de Música de Setúbal.
A manhã musical, realça a autarquia, “sempre foi um dos pontos altos nas programações das sete edições do certame”, este ano subordinado ao tema “Migração”, com enfoque nos intercâmbios culturais à escala ibérica.
O espectáculo “é o resultado de cinco meses de trabalho, desenvolvido em estreita parceria com as escolas e as diferentes instituições envolvidas”, explicou Fernando Molina, músico profissional que coordenou o desfile musical desta manhã, pouco antes antes do início da actuação.
Os grupos participantes decidiram temas e formas de actuação, cabendo, a cada um, pequenas actuações individuais antes da performance conjunta orientada por Fernando Molina.
Caretos, pauliteiros, romanos, cruzados…
A APPACDM de Setúbal, por exemplo, levou ao Auditório José Afonso uma variedade musical que atravessou Portugal de norte a sul e que ainda incluiu África.
Crianças da EB de Aranguez vestiram-se de cruzados; os pequenos músicos da EB da Brejoeira apresentaram-se mascarados de caretos e cantaram uma pequena canção em espanhol; a EB Lima de Freitas apresentou-se com máscaras e sonoridades de pauliteiros de Miranda.
Já a a EB Barbosa du Bocage vestiu-se com trajes romanos, ao passo que a EB Luísa Todi e a Escola Básica e Secundária Ordem de Sant’Iago deram verdadeiros espectáculos de percussão.
Após as prestações individuais, todos os grupos atuaram ao mesmo tempo, conduzidos por Fernando Molina e acompanhados por Vasco Ribeiro Casais, na gaita de foles.
Vítor Ferreira, docente e presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Luísa Todi, destacou o impacto do projecto Festival de Música de Setúbal nos mais novos. “Tem a ver com organização e envolvimento. As crianças sentem isso. Além disso, tudo o que mexe com música geralmente é sinónimo de alegria. Essa alegria é sempre bem-vinda. De preferência, que até esteja afinada”, observou.
Uma família sueca foi “apanhada” no desfile, sem esconder surpresa pela alegria contagiante do evento. Svenn e Mathilda Erickson estão de visita a Setúbal com os três filhos. “É um festival de música? Agora, faz sentido. Estávamos de passagem e ouvimos tanta música que resolvemos ficar a ver a parada. É interessante como se consegue juntar tanta gente diferente, seja crianças e adultos, e ter um desfile tão curioso”, confessou Svenn.
O Festival de Música de Setúbal prossegue até ao próximo domingo.