Centro Hospitalar de Setúbal entra em ano decisivo com obra de ampliação do São Bernardo adjudicada

Centro Hospitalar de Setúbal entra em ano decisivo com obra de ampliação do São Bernardo adjudicada

Centro Hospitalar de Setúbal entra em ano decisivo com obra de ampliação do São Bernardo adjudicada

Empreitada vai ser executada pela empresa Ferreira Build Power, num investimento de 27 milhões de euros

 

O ano de 2023 será decisivo para o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), com a aguardada obra de ampliação do Hospital de São Bernardo a estar cada vez mais perto de ser uma realidade.

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A intervenção, que representa um investimento de 27 milhões de euros, foi adjudicada à empresa Ferreira Build Power, sendo que o respectivo contrato foi assinado em Dezembro último. Enquanto o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, explicou que as “obras vão demorar o seu tempo a ser executadas”, o vereador Fernando José garantiu na reunião pública de dia 7 do mesmo mês que a empreitada “vai avançar no primeiro trimestre de 2023”.

O projecto, reivindicado há mais de uma década por autarcas e forças políticas da região, assim como pelos trabalhadores e população do concelho, contempla a construção de um novo edifício, que terá uma área bruta de construção de 13 350 metros quadrados e 4 730 metros quadrados de exteriores.

Já esta sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Setúbal disse a O SETUBALENSE que considera “importante que a obra avance”, até porque “isso naturalmente que é bom para os profissionais, para que tenham melhores condições de trabalho, e para quem vai ao hospital”.

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“Estou preocupado quando é que começa porque [a obra] já foi adjudicada. Naturalmente que nós sabemos, nos tempos que correm, a dificuldade que é pôr as obras em funcionamento. É importante que a obra avance e isso tem o seu tempo. Têm um ano e meio a dois anos para realizar esta obra”, explicou André Martins.

Antes de tal acontecer, garantiu que a sua “primeira preocupação é que os serviços funcionem”, tendo em consideração que 2022 foi um ano difícil, durante o qual, por diversas vezes, os serviços de Urgência Geral, Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e Pediátrica estiveram encerrados devido à falta de médicos.

Para o final de Janeiro, relembrou o edil, ficou agendada uma visita de Manuel Pizarro ao Centro Hospitalar de Setúbal, com o objectivo de ser feito “o ponto da situação das questões que foram levantadas” na reunião realizada no passado mês com o ministro da Saúde.

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O encontro, realizado no passado dia 20, foi solicitado pelos presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra face aos constrangimentos registados no Hospital de São Bernardo, que resultaram no fecho da Urgência Pediátrica durante uma semana.

Como solução provisória para evitar maiores constrangimentos, Manuel Pizarro apresentou o funcionamento alternado, nos dois últimos fins-de-semana do mês de Dezembro, das urgências de Obstetrícia dos hospitais de Setúbal e do Barreiro, enquanto o de Almada manteve este serviço aberto.

“Foram decisões de emergência que o senhor ministro decidiu tomar. Não são aquelas que achamos que resolvem os problemas, mas foram medidas de acção imediata. Esperamos que, quando vier cá, nos fale quais as perspectivas para o futuro do Serviço Nacional de Saúde e do Centro Hospitalar de Setúbal”, disse André Martins.

Urgência Pediátrica voltou a encerrar este domingo

Este fim-de-semana, por sua vez, o bloco de partos e o serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo estiveram encerrados, com as utentes a terem de recorrer, entre as 21 horas de sexta-feira e as 09 horas de hoje, ao Hospital Garcia de Orta (Almada) e ao Centro Hospitalar Barreiro Montijo.

Além disso, também a Urgência Pediátrica está fechada desde as 09 horas deste domingo e até às 09 horas de hoje, pelo que o CHS aconselhou os utentes a utilizarem “os recursos do SNS ou da Unidade de Saúde de São Sebastião (Setúbal), da Unidade de Saúde de Palmela ou de Sesimbra”.

Já na tarde da última quinta-feira, com os doentes menos urgentes (pulseira verde) a terem de aguardar cerca de cinco horas para serem atendidos, o serviço de Urgência Geral funcionou sem constrangimentos de maior, ainda que longe dos 120 minutos de espera desejáveis. No que diz respeito aos casos urgentes (pulseira amarela), o tempo médio de espera chegou às quatro horas.

No caso da Urgência Pediátrica, ao que O SETUBALENSE conseguiu apurar, várias eram as crianças e jovens que aguardavam para serem atendidos. “A minha filha levou com uma pedra na mão à porta da escola e está à espera há meia hora com pulseira amarela. Ouvi queixas de crianças que estão à espera há duas ou três horas”, descreveu Patrícia Costa.

Já à entrada do serviço uma idosa aguardava pela neta, que precisou de “realizar uns exames depois de ter caído e batido com a cabeça”. “Só estou à espera há um bocado. O atendimento foi rápido”, contou.

Enquanto isso, junto à entrada para a Urgência Geral, onde se encontrava um segurança a controlar a entrada e saída de utentes, Luís António comentava que a mãe, de 86 anos, estava “há cerca de três horas para ser atendida”.

“A minha mãe é hipertensa e tem pacemaker. Não come. Deram-lhe pulseira amarela e está à espera desde o meio-dia pela consulta. São 15 horas. É imenso tempo”, disse.

Do serviço saiu quase que em simultâneo um outro homem, explicando ter ido ao Hospital de São Bernardo com a irmã, que estava a aguardar “para ser vista pelo médico há cinco horas”.

O Centro Hospitalar de Setúbal serve cerca de 300 mil habitantes dos concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela, assim como dá ainda resposta a utentes provenientes de concelhos do Litoral Alentejano.

Formação Hospital recebe 68 novos médicos internos

Foram 68 os médicos internos que o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) recebeu na passada segunda-feira, dia 2.

Em nota de Imprensa, a unidade hospitalar explica que, dos 68 médicos internos que iniciaram a sua formação, “50 [são] de formação geral e 18 de formação específica nas áreas de Anestesiologia (um), Cardiologia (um), Cirurgia Geral (um), Doenças Infecciosas (um), Gastrenterologia (um), Hematologia Clínica (um), Medicina Intensiva (um), Medicina Interna (dois), Nefrologia (um), Neurologia (um), Ortopedia (dois), Otorrinolaringologia (um), Pediatria (um), Pneumologia (um) e Psiquiatria (dois)”.

A O SETUBALENSE, o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, frisou que não se está “propriamente a falar de médicos”, uma vez que “são pessoas que vêm fazer a sua formação em espaço hospitalar”.

“Já o ano passado aconteceu a mesma coisa. Fiz uma avaliação no final de 2022 e, pela informação que tenho, [dos 67 médicos internos] ficou um médico contratado. Quando terminar aqui a formação podem seguir para outras formações e outros seguirão a sua vida. Infelizmente vão fazer formação ao Serviço Nacional de Saúde e a esmagadora maioria depois não fica no SNS”, lamentou o autarca.

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