A coordenação científica do trabalho apresentado esteve a cargo de Joaquina Soares, Inês Vaz Pinto e Carlos Tavares da Silva
A Sala José Afonso da Casa da Cultura contou com lotação esgotada na tarde de sábado para assistir à apresentação da obra “Do Paleolítico ao Período Romano Republicano. Actas do IX Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular”.
Presentes na apresentação, conduzida por Ana Catarina Sousa, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na mesa estiveram também Joaquina Soares, directora do MAEDS – Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal, Sofia Martins, secretária-geral da AMRS – Associação de Municípios da Região de Setúbal, e Inês Vaz Pinto, arqueóloga responsável pelo Sítio Arqueológico de Tróia na Troiaresort, para falar sobre a obra e a arqueologia na região de Setúbal.
Edifício da sede do MAEDS pertence à AMRS desde Setembro
Sofia Martins começou por parabenizar toda a equipa MAEDS pelo trabalho realizado “nesta linha de trabalho, de valorização e divulgação do património cultural, que esperamos que possa ser um exemplo para todo o país”.
A secretária-geral da AMRS, que abriu o painel das intervenções, aproveitou ainda o momento para “dar uma boa notícia” ao anunciar que “recentemente, em Setembro do ano passado, a Associação de Municípios adquiriu finalmente o edifício onde se encontra a sede do Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal” e adiantar que o mesmo espaço “no futuro albergará, com maior extensão, a exposição patente, a fim de também valorizar ainda mais o trabalho que ao longo de mais quatro décadas tem sido feito em torno do património cultural da região, nomeadamente no que ao espólio arqueológico e etnográfico diz respeito”.
Por sua vez, a arqueóloga Inês Vaz Pinto agradeceu “a oportunidade dada pela AMRS de publicar numa versão impressa este conjunto de artigos, em papel, que têm assim maiores probabilidades de durabilidade” e aproveitou para informar que esta edição da revista também já está online. Elogiando a acção da AMRS e do MAEDS, que “têm sido incansáveis nos estudos de imenso património da região, disse ter sido “um gosto podermos colaborar neste projecto”.
Para Joaquina Soares, este volume, que abrange um longo período de tempo, do Paleolítico ao período romano republicano, é uma obra “muito variada”, a qual foi um prazer e uma aprendizagem coordenar com Carlos Tavares da Silva e com Inês Vaz Pinto”. A directora do MAEDS agradeceu ainda o apoio prestado e o trabalho realizado por todos os envolvidos no que diz respeito à investigação arqueológica na nossa região.
A apresentação esteve a cargo de Ana Catarina Sousa, professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que na tarde de sábado falou sobre “duas instituições do panorama arqueológico peninsular”: a revista Setúbal Arqueológica, com 44 anos de vida e 18 volumes publicados, e os Encontros de Arqueologia do Sudoeste Peninsular, “com uma história mais recente, mas também assinalável, com 26 anos e 10 edições”, nos quais também participou como comunicante e o próximo, a realizar no final do ano, será em Loulé.
A professora fez por apresentar, de forma breve, os vários artigos presentes no primeiro dos dois volumes das actas do encontro que dizem respeito aos períodos mais antigos, da Pré-história ao Romano-Republicano.
Ana Catarina Sousa definiu ainda a revista e a sua longevidade e sucesso como “o espelho do trabalho que tem vindo a ser realizado pelo MAEDS” e espera agora “novos volumes desta revista de referência para a Península de Setúbal, para o Sudoeste e para a arqueologia”.
Setúbal Arqueológica soma e segue: 18 volumes e 220 artigos publicados
Joaquina Soares, Inês Vaz Pinto e Carlos Tavares da Silva são assim os responsáveis pela coordenação científica do 18º volume da revista Setúbal Arqueológica, que reúne neste caso o primeiro volume das actas do IX Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular, realizado em Novembro de 2016, em Setúbal-Tróia-Palmela.
A mais recente edição da Setúbal Arqueológica, lançada no sábado, alia-se ainda à revista online “Digitar” do CEAACP da Universidade de Coimbra na preservação e divulgação das comunicações apresentadas. E, nas palavras de Rui Garcia, presidente do conselho directivo da Associação de Municípios da Região de Setúbal, na nota de abertura da publicação, “se este último suporte chega mais longe na geografia, a impressão em papel promete ir mais longe no tempo. A conjugação de ambas foi uma oportunidade feliz”.
Ao todo, ao longo das suas várias edições, desde 1975, ano em que foi fundada, foram publicados 220 artigos na Setúbal Arqueológica, uma edição do Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal que tem vindo a ser dirigida por Carlos Tavares da Silva e por Joaquina Soares.