Passo dado depois de realojados os últimos 12 moradores do bairro de barracas na pensão Residencial Setubalense
O acesso à Quinta da Parvoíce foi vedado pela Câmara Municipal de Setúbal, que também emparedou as casas actualmente existentes “neste bairro de barracas do concelho, para evitar a sua reocupação”.
Em comunicado, a autarquia dá conta de que “a entrada do bairro que confina com a Estrada da Graça foi fechada com uma grade metálica, com o objectivo de resguardar a zona até que as estruturas ali existentes sejam demolidas, o que vai acontecer em breve”.
Este passo é dado depois de, na terça-feira, os últimos 12 moradores da Quinta da Parvoíce – todos homens que viviam sozinhos – terem sido realojados na pensão Residencial Setubalense.
“Nós vamos demolir em breve todas as estruturas abarracadas da Quinta da Parvoíce, que só não foram já demolidas porque há um problema de amianto em muitas das coberturas, o que implica a intervenção de uma empresa especializada”, explicou Carlos Rabaçal, vereador das Obras Municipais, na passada terça-feira.
Segundo o autarca, a colocação dos últimos moradores da Quinta da Parvoíce numa pensão foi a única solução possível neste momento, face à necessidade de demolir o bairro e iniciar os trabalhos para a construção de 200 novas habitações naquele espaço.
A próxima etapa passa por fazer loteamentos topográficos da zona para se elaborarem os projectos para a construção de cerca de 200 habitações, cerca de metade de renda apoiada pelo município e outra metade de renda acessível, por parte do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
“No local vai nascer um bairro de habitação pública formado por casas de renda apoiada, a construir pela Câmara Municipal (48 fogos), e de renda acessível, cuja edificação é da responsabilidade do IHRU, no âmbito do 1.º Direito/PRR, o qual tem como prazo de conclusão 31 de Dezembro de 2025”, explica a autarquia.
De acordo com o vereador das Obras Municipais, as pessoas que viviam na Quinta da Parvoíce, que foram realojadas temporariamente no âmbito do Programa Porta de Entrada em habitações com rendas a preços de mercado – cujo valor é pago pelo município– devem ocupar parte das casas de renda apoiada que vão ser construídas.
Sobre o processo de realojamento das 72 famílias, explicou que “demorou um pouco mais de tempo” do que o município estava à espera devido “a ausência de habitações no mercado de arrendamento em Setúbal”.
“Foi um processo bastante longo e difícil para obter as casas com as tipologias adequadas”, acrescentou Carlos Rabaçal. “Esta intervenção está enquadrada no plano para a construção de um total de 530 habitações de renda apoiada e de renda acessível no concelho”, lê-se na mesma nota.
Além disso, na Estratégia Local de Habitação de Setúbal é igualmente incluída “a requalificação de 3 722 habitações ou alojamentos considerados indignos com financiamento através no Plano de Recuperação e Resiliência”.
Com Lusa
