André Martins: “Não tenho dúvidas de que vamos ter o serviço de transportes que foi prometido às pessoas”

André Martins: “Não tenho dúvidas de que vamos ter o serviço de transportes que foi prometido às pessoas”

André Martins: “Não tenho dúvidas de que vamos ter o serviço de transportes que foi prometido às pessoas”

Autarca de Setúbal revela que ficou surpreendido com os problemas iniciais, mas acredita que o novo sistema vai ser “um salto qualitativo muito grande”

 

Na primeira entrevista após a entrada em funcionamento dos novos transportes rodoviários, André Martins mostra-se confiante de que a Alsa Todi vai conseguir “estabilizar” as condições de operação até dia 15 e garantir um serviço em pleno a partir de dia 25. O autarca garante que o novo Interface vai ter informação em cada pista dentro de dias e que as carreiras de Lisboa vão continuar a servir a Várzea.

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Como vê o arranque dos novos transportes no concelho de Setúbal?

A Câmara de Setúbal, e creio que todos os municípios da área 4, estávamos confiantes de que isto ia resultar bem. Sabemos que num serviço novo, com a complexidade deste, havia de haver coisas que não funcionariam bem à partida, mas estávamos confiantes que ia funcionar. Fomos, naturalmente, surpreendidos com esta situação. Tivemos uma reunião com a entidade que faz a gestão dos transportes, a TML [Transportes Metropolitanos de Lisboa] e com o operador [Alsa Todi] e os outros quatro municípios e tivemos oportunidade de conhecer as razões dos problemas. Não foram anunciadas com algum tempo porque eles próprios, de alguma forma, foram surpreendidos. Só para dar um exemplo, o operador disse que, em Dezembro, encomendou os chips para o sistema de informação, que tinha previsto serem entregues em Abril e acabaram por chegar nos últimos dias de Maio. Portanto, não tinha grande possibilidade de resolver esta questão e de dar formação às pessoas. As coisas foram-se complicando, eles procuraram arranjar alternativas informáticas, mas não atingiram o objectivo. Os postaletes, para a informação, eram para ter sido entregues em Abril e foram entregues no final de Maio. O operador até disse que, aqui em Setúbal, acabaram de os colocar este fim-de-semana. Em termos nacionais e internacionais vivemos uma situação em que os produtores de equipamentos não estão a dar resposta.

E o que ficou decidido nessa reunião?

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O compromisso que estabelecemos foi que, até ao próximo dia 15, estes equipamentos estarão implantados, e que nesse dia todas as condições comecem a estabilizar, e, a partir de 25 de Junho o sistema estará a funcionar em pleno.

Acha que os constrangimentos são compreensíveis?

São compreensíveis apenas dentro deste quadro que digo, em que as encomendas são realizadas, fazem-se contratos e depois não são cumpridos.

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A TML e os municípios não deviam ter sido informados, pelo operador, e ter sido arranjada uma solução ou adiada a entrada em vigor da operação?

Eu admito isso. E não estou a dizer que não houve falhas, porque houve, mas temos de perceber este quadro que vivemos hoje, de falta de equipamentos. Houve falhas e foram assumidas, lamentamos profundamente o que aconteceu às pessoas, que estavam à espera e que dependem do transporte público e o sistema não funcionou. Lamentamos profundamente, aconteceu, mas agora há que andar para a frente.

As carreiras de e para Lisboa vão continuar a passar no Terminal da Várzea?

Isso está assumido. Já foi anunciado que temos, na Várzea, um parque de estacionamento gratuito, que serve também para as pessoas que vão para os transportes públicos. O que nos foi também garantido [pelo operador] é que há disponibilidade para se ir adaptando o serviço às situações.

Sobre o Interface da Praça do Brasil, que entrou em funcionamento no dia 1, que balanço faz? Também há críticas de que falta informação.

Há um compromisso entre a Câmara e o operador para colocar à frente de cada pista uma informação sobre o autocarro. Em meados deste mês esse equipamento terá capacidade de ser montado. Mas, repare que, se os equipamentos [chips e postaletes] que eles [o operador] tinham encomendados, tivessem chegado a tempo, o sistema de informação estaria a funcionar e as pessoas tinham melhores condições de acesso à informação. Isso falhou e pôs em causa tudo isto.

Já deu para perceber se a localização e as condições do Interface confirmam a sua capacidade e utilidade, que realmente acrescenta comodidade a quem usa os transportes, ou ainda não é possível tirar conclusões?

Isto é um processo de adaptação. É tudo novo. É praticamente tudo novo. São linhas que já existiam mas com novos autocarros, novo serviço de informação, eventualmente com novos horários. Há linhas que já existiam e foram prolongadas e linhas totalmente novas. Por tudo isto, era de esperar que tem de haver um processo de adaptação. Uma coisa é fazer o levantamento e procurar adaptar em projecto, em gabinete, outra coisa é depois, na realidade. Nós não tínhamos dúvidas nenhumas, à partida, de que era necessário ir fazendo adaptações. Não é por acaso que foi decidido que haveria uma área piloto, que é este lote 4. Até para a própria TML ter informação sobre alguma coisa que não funcionasse melhor.

Acredita que ainda é possível pôr a funcionar, por exemplo em Setúbal, um serviço de transportes como foi prometido às pessoas?

Sobre isso não tenho dúvidas nenhumas. Temos mais linhas, linhas ampliadas, com mais paragens, percursos mais adequados às necessidades das pessoas e vamos continuar a adaptar o serviço. Com autocarros novos, do nosso tempo. Os que havia já não eram autocarros do nosso tempo. Temos de ser exigentes e as tecnologias têm de servir as pessoas. Penso que haverá um salto qualitativo muito grande relativamente ao serviço anterior.

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