A Clínica Ecosado, ligada ao caso do bebé Rodrigo, está a ser investigada pela ARSLVT. As autoridades estão a tentar perceber de que forma era feito o pagamento e cobrado o dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde, uma vez que não existia convenção
O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) afirmou ontem que há indícios de irregularidades na clínica que realizou ecografias à mãe do bebé que nasceu no Hospital de São Bernardo com malformações graves, em Setúbal.
Disse Luís Pisco que a clínica Ecosado “não tinha nem tem qualquer convenção com a Administração Regional de Saúde ou com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas que aceitava credenciais de exames de utentes encaminhados pelos serviços públicos”, refere a Lusa. Perante isto, o presidente da ARSLVT conclui que aqui “há aqui indícios de irregularidades que têm de ser esclarecidos”.
Foi este pelo menos o caso da mãe do bebé Rodrigo, que realizou ecografias na clínica, com o médico Artur Carvalho, através de credenciais passadas pelo SNS.
As autoridades estão a tentar perceber de que forma era feito o pagamento e cobrado o dinheiro ao SNS, uma vez que não existia convenção. “Iremos ter um esclarecimento cabal da situação dentro em breve, nos próximos dias, de como foi feito o pagamento”, declarou Luís Pisco.
A ARS tem um inquérito em curso desde que surgiram as primeiras notícias sobre o caso do bebé Rodrigo, sabendo-se que a mãe tinha sido acompanhada num centro de saúde e que faria as ecografias numa clínica ao abrigo de supostas convenções com o Estado.
Também ontem, o novo secretário de Estado da Saúde, António Sales, admitiu que no caso de Rodrigo “pode haver algumas disfuncionalidades no processo” em que a clínica realizava as ecografias.
“O circuito parece disfuncional, mas não vou adiantar mais nada até às conclusões do inquérito [em curso na Administração Regional de Saúde]”, afirmou António Sales.
António Sales indicou que o Governo pediu à ARSLVT celeridade no inquérito. Contudo, reconheceu que “tem de se reforçar a área da fiscalização não só das convenções”, mas dotando de mais meios as entidades fiscalizadoras, como a Entidade Reguladora da Saúde.
Entretanto o novo secretário de Estado considera que é necessário reforçar a fiscalização de clínicas e unidades privadas com e sem convenções com o Serviço Nacional de Saúde.
Com Lusa