19 Março 2024, Terça-feira
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Roteiros guiados divulgam história e património de Setúbal

Historiador Diogo Ferreira tem organizado percursos pedestres em torno do património histórico e cultural da cidade. O próximo deve acontecer em Novembro

 

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Tem pouco mais de um ano de existência, mas concentra já um dinamismo assinalável. O Gabinete de Promoção e Divulgação do Património Histórico e Cultural já colocou no terreno quatro percursos pedestres e encontra-se a preparar o próximo.

O trabalho tem sido desenvolvido pelo jovem historiador Diogo Ferreira e por Íris Catralo e chefiado por José Luís Catalão, responsável pelo referido gabinete da Câmara Municipal de Setúbal.

“Fazer investigação científica sobre a história da cidade” é o desígnio que tem motivado a equipa a mergulhar na história local, com o objectivo de a “promover” junto da comunidade. Um trabalho que, refere o colaborador Diogo Ferreira, de 31 anos, assenta “numa componente científica muito grande”, ancorada no “método e rigor”.

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“Procuramos contribuir para a reconstrução da memória colectiva da cidade”, acrescenta. Concebidos para o público em geral, os percursos guiados por Diogo Ferreira propõem-se “criar novos roteiros pela história da cidade, com um carácter muito sério do ponto de vista da investigação científica”.

“São roteiros pensados e construídos por mim, no decorrer das investigações que tenho realizado nos últimos 10 anos sobre a história local”. Em retrospectiva, o historiador resume a O SETUBALENSE os quatro roteiros levados à cena.

O primeiro deu pelo nome de “Caminho(s) para a Liberdade” e decorreu no âmbito das comemorações locais do 25 de Abril. Tratou-se de um percurso de 25 pontos que procurou “homenagear resistentes anti-fascistas, locais de resistência clandestina e outros associados a episódios dramáticos, como o assassinato na Avenida Luísa Todi, em 1932.

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A segunda visita guiada versou sobre o Bairro Salgado com o tema “De periferia religiosa a zona residencial burguesa”, no âmbito do Dia Nacional dos Centros Históricos. Concentrada no bairro, deu a conhecer um amplo universo histórico através da leitura dos seus pontos de interesse, como o antigo convento de São João, elementos decorativos de Arte Nova e locais onde influentes industriais conserveiros residiram, entre outros locais.

Já a terceira visita organizada e guiada por Diogo Ferreira incidiu sobre “O Património Militar: O Quartel do Regimento de Infantaria N.º 11”, tendo tido lugar em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal e com o Gabinete de Projectos Enogastronómicos da Câmara Municipal de Setúbal, no âmbito da Semana do Salmonete.

“Foi uma visita histórica conjugada com gastronomia” e “muito ligada à fundação do edifício, a vida militar, importantes militares que por ali passaram e as revoltas militares de 1927 e 1928”.

O roteiro mais recente aconteceu em Abril, à luz da II edição da agenda nacional “À Descoberta do Turismo Industrial” , que motivou actividades em todo o País. Em Setúbal, uma delas foi a visita “A Indústria Conserveira em Setúbal (1854-1995)”, que levou dezenas de participantes à redescoberta da zona ribeirinha.

Antigas chaminés fabris, pontos de sindicalismo, o dia-a-dia no sector e a relação com o mundo da pesca foram alguns dos assuntos abordados. A próxima visita, prevista para Novembro, já está a ser devidamente preparada pelo Gabinete de Promoção e Divulgação do Património Histórico e Cultural, tendo como nome provisório “Rota História e Simbólica do Cemitério da Piedade”.

Será enquadrada no Dia de Todos os Santos, numa data próxima ao dia feriado, e concentrar-se-á na história dos cemitérios que se encontram dentro do Cemitério da Piedade. “Redescobrir a cidade”, é assim que o investigador apresenta o mote destes roteiros abertos à comunidade.

“A história local não é para ser guardada numa gaveta ou num livro que poucos vão ler, deve ser divulgada ao público de uma forma apelativa”, reforça. E o balanço, diz, tem sido “muito positivo”: “As pessoas ficam muito surpreendidas com alguns edifícios que passam despercebidos e passam a olhar a cidade de forma diferente”.

Diogo lembra que o trabalho de divulgação e promoção do património histórico de Setúbal já vem sendo feito, de resto, nos últimos anos com várias iniciativas municipais. As visitas costumam durar, em média, 2h/2h30, com datas, inscrições (até ao máximo de 25-30 inscritos) e respectivos pontos de encontro divulgados pela autarquia.

“Mais do que enriquecer culturalmente as pessoas”, o historiador espera que elas levem para casa “algo que possam partilhar com os amigos e a família”. As últimas visitas têm também sido acompanhadas por um folheto com os pontos a percorrer, o que enriquece a experiência.

André Rosa
Jornalista
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