16 Abril 2024, Terça-feira
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Lojistas persistem no Centro Comercial do Bonfim à espera de decisão judicial

Os lojistas foram notificados no início de Dezembro para desocuparem as lojas no espaço de um mês, mas não o fizeram

 

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Os lojistas do Centro Comercial do Bonfim, em Setúbal, estão quase há dois meses a pernoitar naquele espaço, e assim vão ficar até que haja decisão judicial sobre a forma, que dizem “desumana”, como foram notificados para saírem, em Dezembro.

Cassiano Santos, proprietário do café Light, que funciona há 30 anos no centro comercial, diz que já se habituou a pernoitar ali. “Custou nos primeiros dias, mas o corpo habitua-se, o problema é a incerteza, temos que viver o dia-a-dia e não podemos planear nada a médio prazo. A forma como nos notificaram para sair foi desumana e vamos esperar pela decisão do tribunal”.

O comerciante até queria contratar alguém para um part-time, mas não pode. “Com o alívio da pandemia, vejo que a clientela tem aumentado, mas não posso contratar ninguém para me ajudar porque não sei o dia seguinte”, lamenta.

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Sandra Valente, no Centro de Cópias Bonfim, afirma que os lojistas estão “firmes e unidos”. “Sabemos que os tribunais demoram sempre o seu tempo, mas temos que lutar pelos nossos direitos”, afirma.

Os lojistas foram notificados no início de Dezembro para desocuparem as lojas no espaço de um mês, mas não o fizeram. A Célebres Assuntos, empresa gestora do espaço, alegou que os proprietários do centro comercial cessaram o contrato de arrendamento com esta e por isso não podia renovar os contratos de subarrendamento com os lojistas.

Inconformados, interpuseram no Tribunal uma providência cautelar contra o encerramento e não entregaram as chaves. Alegam que a empresa arrendatária pertence aos proprietários daquele espaço e que os seus contratos são válidos até 2024, razão pela qual têm direito a indemnizações e um maior período de tempo para desocupar o espaço.

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O Tribunal está a analisar a providência cautelar e já recebeu as contestações dos proprietários do centro comercial à providência cautelar. Será agora agendada no Tribunal uma audiência entre todas as partes para decisão judicial.

Nessa audiência, ainda sem data, comerciantes e proprietários podem apresentar testemunhas que abonem em seu favor.

Lojistas receiam que as fechaduras exteriores sejam trocadas

Todas as noites, para impedir que se mudem as fechaduras no exterior, os comerciantes revezam-se em dois turnos dentro do espaço, o primeiro entre as 19 horas e a meia- -noite e o segundo até abertura no dia seguinte.

“Esta não é uma questão de ocupação ou de reivindicação social. Se sairmos corremos o risco de chegar de manhã e ter tudo encerrado com novas fechaduras”, explica o comerciante António Gorrão, da papelaria T&T.

Alguns comerciantes ainda não procuraram por novo espaço fora do centro comercial, mas os que procuram deparam-se com um mercado de arrendamento “insustentável”, diz a florista Vara Ferrari. “Nas pesquisas que fiz, pedem valores mensais de quase mil euros e seis meses de caução, é um preço incomportável”, lamenta.

Sandra Valente lembra que os negócios locais, como o Centro de Cópias do Bonfim é um bem que a população necessita.

“Nós prestamos um serviço público à população, na maioria idosos, que nos procuram para que seja imprimir contas e digitalizar documentos. Somos uma ponte entre estes e a era digital. Temos clientela fixa há décadas e gostávamos de ficar nesta zona da cidade, mas os preços das rendas são muito altos”.

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