19 Março 2024, Terça-feira
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Património da Arrábida vai a leilão com milhar e meio de peças da Quinta da Serra disponível

Entre tapetes, medalhas, retratos e pinturas, coordenador da Pastoral da Diocese destaca imagens da Senhora da Conceição e da Senhora da Pinha

 

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Entre os dias 28 e 30 de Setembro, em quatro sessões, parte do património da Arrábida vai a leilão, com a disponibilização de perto de um milhar e meio de peças da Quinta da Serra, cujo conjunto, pelos valores apontados, deverá valer centenas de milhares de euros.

Desde tapetas, medalhas, retratos e pinturas, a “Colecção Conde da Póvoa” é composta por 1 472 bens, até agora pertencentes a D. Manuel de Souza e Holstein-Beck (1932-2011), 4.º Conde da Póvoa e bisneto da 3.ª duquesa de Palmela.

A primeira sessão está agendada para 28 do presente mês, pelas 19 horas. Para o dia seguinte, por sua vez, estão planeados dois momentos, com início às 14 e às 19 horas, enquanto que o último encontro vai acontecer a 30 de Setembro, pelas 14 horas.

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Em publicação na sua página de Facebook, Ruy Ventura, recentemente nomeado coordenador da Pastoral da Diocese de Setúbal, destacou, de entre as peças a leilão, a “magnífica imagem da Senhora da Conceição [com um valor estimado de seis a oito mil euros] e a icónica imagem da Senhora da Pinha, além de vários ex-votos da Senhora da Arrábida, da imagem mutilada de Santa Margarida e da caixa de um círio da mesma Senhora”.

“Curiosamente, durante décadas sempre houve quem dissesse que as peças tinham sido roubadas ou estavam desaparecidas. Agora, vão a leilão por valores consideráveis, mas alcançáveis. Ainda em vida do Conde da Póvoa, outras foram vendidas. Uma delas foi adquirida por um anónimo e oferecida ao Museu Nacional de Arte Antiga”, relembrou.

D. Manuel de Souza e Holstein-Beck, engenheiro agrícola de profissão, distinguiu-se também enquanto “figura incontornável do dia-a-dia lisboeta no século XX/ XXI”, ao ter herdado “o peso do nome de uma família cuja preponderância inegável poderia tolher um espírito mais pobre”, lê-se no catálogo publicado pela Veritas.

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O apelido “Souza” é adquirido pela família no século XIII, “através do enlace entre um filho bastardo do rei D. Afonso III, D. Afonso Diniz, com D. Maria Paes Ribeira”.

A este vem-se juntar, em 1735, o nome “Holstein-Beck”, adoptado aquando do casamento de D. Manuel de Souza, 7.º capitão da Guarda Alemã, com a princesa D. Maria Leopoldina de Holstein-Beck.

De destacar ainda que “o Duque de Palmela foi um dos principais nomes da lista dos que combateram pela causa da princesa do Brasil D. Maria da Glória (futura D. Maria II)”.

A herança de D. Manuel de Souza e Holstein-Beck, que agora vai a leilão, tanto “é demonstrativo do tipo de objectos pelos quais se interessava” como “do gosto dos seus antepassados”.

“Através da sua colecção, D. Manuel de Sousa e Holstein-Beck conseguiu que o seu nome fosse inscrito no livro de notáveis e, desta forma, viver para todo o sempre em cada objecto que seja identificado como seu”, refere a empresa responsável pelo leilão.

Para João Sousa e Holstein, filho de D. Manuel de Sousa e Holstein-Beck, o seu pai “conseguiu algo que só os grandes da história conseguem, que é viver eternamente, e vai viver eternamente através desta colecção”.

Coordenador da Pastoral deixa apelo aos azeitonenses

Por considerar que as diversas peças a leilão têm grande valor para a região, o coordenador da Pastoral da Diocese de Setúbal deixou um apelo aos azeitonenses para “licitarem” em nome do “bem comum”.

“Não são valores baixos, mas há beneméritos na terra capazes, criando talvez condições para nascer em Azeitão um museu de Arte Sacra e impedindo que várias peças do património da comunidade vão parar às mãos de um anónimo coleccionador”, afirma.

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