28 Março 2024, Quinta-feira
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“Não estávamos à espera de começar a trabalhar tanto, superou as expectativas”

Sector que esteve na “lista negra” dos mais castigados pelo confinamento, começa a respirar. Restaurantes de Setúbal perspectivam Verão em grande

 

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A restauração foi dos sectores que mais sofreu com a crise provocada pela pandemia de covid-19, e os restaurantes de Setúbal são um bom exemplo desse impacto negativo da pandemia sobre a actividade económica. “Foi um rombo muito grande”, conta Andreia Ferro, responsável pelo restaurante Rei Cook. “Foi um bocado complicado para o pessoal”, confessa Humberto Filipe, do restaurante O Novo 10, acrescentando: “o pessoal, como em todo o mundo, estava preocupado com o que vinha aí, a seguir”.

A retoma foi, inicialmente, lenta já que, na opinião de Vitória Fernandes do Restaurante Rebarca, “as pessoas estavam um bocadinho receosas”. Rita Martins, do restaurante Baía do Sado, também notou essas dificuldades, sublinhando que “as pessoas tiveram, inicialmente, resistência em vir para o interior”, preferindo sobretudo as esplanadas.A ginástica financeira foi necessária para continuar a pagar a empregados e as despesas fixas, como a renda e a electricidade.

Vitória Fernandes, conta que o seu espaço teve de recorrer ao lay-off, durante o ano passado, e que o regime de take-away ou de entregas não se apresentou como uma alternativa viável devido à natureza da sua ementa, especialmente o peixe assado.

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O mesmo aconteceu com o Rei Cook. Andreia Ferro conta que o espaço esteve encerrado, sem o tal regime alternativo, suportando com dificuldade as suas despesas. A Casa Santiago, pelas palavras de Júlio Santiago, também não encontrou viabilidade no regime de entregas para fora, optando por se manter encerra-do, conseguindo, segundo o mesmo, manter empregados, assim como os seus salários.

Humberto Filipe, do restaurante O Novo 10, confessa que encerramento foi difí

Humberto Filipe conta que também o Novo 10 conseguiu manter os seus colaboradores, tendo apostado, mais recentemente, no regime de take-away ou de entregas. A situação da Baía do Sado, como explica Rita Martins, era um pouco diferente dos seus pares, já que tinha fechado para obras, só reabrindo em Novembro. Contudo, atravessaram também, segundo a responsável, dificuldades semelhantes e a aposta em take-away e entregas só avançou recentemente.

Regresso com alegria

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A generalidade dos profissionais da restauração queixa-se de apoios insuficientes e das políticas sanitárias, parecendo que, segundo Vitória Fernandes, “a restauração estava numa lista negra”. Humberto Filipe relembra a sua frustração em ter que recusar clientes, quando existiu a limitação de horário aos finsde-semana, afirmando que aquela decisão “não fazia sentido”. Neste sentido, Rita Martins explica que: “era complicado para as próprias pessoas aceitarem isso”.

Apesar das dificuldades, é com alegria que vêem o regresso mais normalizado, e que esta reabertura está a superar, efectivamente, todas as expectativas, Andreia Ferro confessa: “não estávamos à espera de começar a trabalhar tanto, superou as expectativas”. “Foi muito diferente do outro confinamento”, conta Humberto Filipe, que esperava um regresso mais gradual, justificando que “as pessoas estavam fartas de estar em casa”.

Essa ansiedade por voltar é notória quando Júlio Santiago revela que os clientes lhe perguntavam constantemente quando iriam reabrir. A tal ansiedade pelo regresso também foi vivida pelos profissionais da restauração, não só pela necessidade de fazerem negócio e voltarem a ter receitas, mas também de retomar a relação, em alguns casos já quase familiar, com os seus clientes. “Nós também já tínhamos saudades”, confessa Vitória Fernandes. É com grande expectativa que a restauração olha para o Verão, apontando para números pré-pandémicos. Também para isso beneficiam do desenvolvimento turístico da cidade. “Setúbal está um bocadinho na moda, portanto toda a gente quer vir para Setúbal”, diz Andreia Ferro.

 

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