27 Abril 2024, Sábado
- PUB -
InícioLocalSetúbal“As pessoas tinham necessidade de voltar à rua e às compras”

“As pessoas tinham necessidade de voltar à rua e às compras”

Comerciantes comparam procura inicial, após o confinamento, à do Natal, mas alguns problemas mantêm-se e a apreensão pelo futuro continua

 

- PUB -

O movimento e volume de negócio na reabertura do comércio, na baixa setubalense, nesta fase de reabertura após o confinamento, superaram as expectativas. “Toda a gente estava um pouco desejosa de voltar”, afirma Milene Sanches, responsável da loja de roupa Laurel. Margarida Cantante, da loja de roupa para bebé e criança “Ativo”, comparou a reabertura, inclusivamente, ao período natalício, onde existe, naturalmente, um pico do volume de negócio.

A narrativa é reforçada por Guida António, das “Confecções Alves”, comentando: “acho que as pessoas como estiveram muito tempo fechadas em casa tinham aquela necessidade de andar na rua às compras”. Confessa ainda que: “Sinceramente, não estava à espera de que houvesse tanta gente a comprar, pensei que a coisa fosse assim mais fraca.”

Quem andar pela baixa setubalense e falar com quem por lá anda e trabalha, sabe que, e apesar do desenvolvimento turístico da cidade, o comércio local enfrenta, há já alguns anos, uma redução do movimento naquela zona da cidade e o, consequente, volume de negócio. O comércio tradicional tem de que competir com as grandes superfícies comerciais, e sente uma procura menos expressiva, com uma clientela mais velha, mais familiarizada e fideliza-da, segundo os próprios lojistas, não obstante um ou outro deambulante curioso que por ali passa.

- PUB -

Apesar do bom arranque, a reabertura apresentou alguns desafios para o comércio local. Liseta Henriques, do espaço Zeta Nel, comenta que a venda ao postigo foi o período mais conturba-do porque “as pessoas não percebiam que não podiam entrar nas lojas”. Por isso, e também pelo aperto económico, tentaram apostar nos directos no Facebook, para apresentar as peças de roupa e algumas novidades em stock. Juntou-se a isso também, inicialmente, segundo a generalidade dos lojistas, talvez algum receio por parte dos clientes em sair à rua e frequentar espaços públicos e fechados.

Contudo, a aposta nas redes sociais e em outras plataformas não foi alternativa suficiente. Milene Sanches explica que: “o nosso cliente está mais habituado ao contacto connosco para puder ser aconselhado ao comprar algumas peças”, e tiveram por isso dificuldade em “colmatar a distância com o cliente”.  Foi o que também aconteceu no espaço Classic Man,gerido por Isabel Bandarra e Ângelo Calapez, explicando que, também, os seus clientes não estão voltados para o online, não obstante terem sido feitas algumas entregas ao domicílio, que só foram possíveis por beneficiarem de uma clientela já conhecida e fidelizada.

A felicidade e algum oxigénio dado pela boa reabertura, começa a dar lugar à apreensão, já que o movimento começa a estagnar. Para Liseta Henriques, uma das causas desta estagnação, foi a reabertura dos centros comerciais: “especialmente pelos jovens que não tinham alternativa se não o online ou virem às lojas”.

- PUB -

Apesar  de  também  estar  preocupada, Margarida Cantante olha com normalidade para a redução do fluxo, porque: “as pessoas não vão comprar todos os dias, especialmente quem no início fez compras grandes”:A juntar-se à estagnação, vem ainda, o peso acumulado do difícil ano de 2020, em que as despesas foram muitas. As receitas, até ao momento,

A felicidade e algum oxigénio dado pela boa reabertura, começa a dar lugar à apreensão, já que o movimento começa a estagnar

não conseguem equilibrar as contas. Quando questionados por apoios, a generalidade dos lojistas, arregalam um poucos os olhos, e respondem com um tom desanimado, e também insatisfatório, que foram poucos ou nenhuns.

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Homem de 48 anos morre enquanto trabalhava em Praias do Sado

Trabalhador da Transgrua estava a reparar um telhado na empresa Ascenzo Agro quando caiu de uma altura de 12 metros
- PUB -