Foi sentido com intensidade máxima II/III (escala de Mercalli modificada) no concelho de Sesimbra
Com uma magnitude de 2.4, a terra tremeu hoje a noroeste de Sesimbra, às 10h36. Latitude 38.535 N e Longitude 9.179 W, publicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera – IPMA, que veio, entretanto, dar nota que o abalo terá sido uma réplica do sismo de ontem, 17 Fevereiro, com magnitude 4,8.
O mesmo aconteceu com o abalo sentido às 11h34, com o IPMA a dar registo de um abalo de 1.8, Latitude 38.560 N, Longitude 9.184 W a Sudoeste do Seixal.
Um ligeiro abalo que muito poucos sentiram, mas do qual foi dado nota na rede social Facebook.
“Não temos registo desse sismo, não terá sido muito perceptível”, disse esta manhã o comandante dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra, Ricardo Caleiro, a O SETUBALENSE.
Segundo o IPMA, o sismo foi registado nas estações da Rede Sísmica do Continente, um sismo de magnitude 2.4 (Richter) e cujo epicentro se localizou a cerca de 12 km a Sudoeste de Seixal.
De acordo com a informação do instituto, até ao momento não se verificou danos pessoais ou materiais e foi sentido com intensidade máxima II/III (escala de Mercalli modificada) no concelho de Sesimbra.
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Lisboa, Almada e Palmela (Setúbal).
Segundo a Lusa, o IPMA divulgou que os abalos hoje sentidos são duas réplicas do sismo ocorrido na segunda-feira com epicentro próximo do Seixal, prevendo que se possam registar mais, disse Paulo Alves.
Segundo este especialista, os sismos ocorridos hoje são réplicas, já que são “sismos muito perto do sismo principal”, que ocorreram “nos bordos da falha principal que foi activada ontem [segunda-feira]”.
Paulo Alves explicou que as réplicas, normalmente, “no máximo têm um grau menos do que o sismo principal”, lembrando que pela intensidade do sismo ocorrido na segunda-feira, “provavelmente não chegam a 4 [na escala de Ritcher]”.
“Se nós estamos a considerar um evento como o de ontem [segunda-feira], de 4,6, que foi sentido com a intensidade de 5, as réplicas têm obviamente uma intensidade mais baixa, como o sismo é no mesmo sítio, e a energia posta é bastante menor, então significa que a intensidade também vai ser menor”, explicou.
Desta forma, adiantou também que a réplica de hoje de 1,8 “não chegou a ser sentida” e, provavelmente, acrescentou ainda será o caso mais comum que a “maior parte das réplicas deste evento, não é um evento muito grande, não serão sequer sentidas”.
De acordo com o sismólogo, as réplicas são comuns e fazem parte “da reactivação das tensões à volta do campo de falha”, considerando que as “tensões vão-se reorganizar e vai haver pequenas quebras momentâneas à volta do plano principal que rompeu ontem [segunda-feira]”.
Paulo Alves explicou também que o sismo de segunda-feira “não tem nada a ver” com o ocorrido em Agosto do ano passado, que teve magnitude de 5,3 na escala de Richter e ocorreu 58 quilómetros (km) a oeste de Sines, em Setúbal.
“O que é comum nestes sismos é o campo de tensão regional, que é semelhante em todo o litoral português. Desde o centro do território português até ao sul, o ambiente regional é comum”, salientou.
Paulo Alves explicou também que a crosta continental “ainda alcança alguns quilómetros” naquilo a que se dá o nome de continente, “porque não acaba onde aparece o mar actualmente”.
“O continente, do ponto de vista geológico, tem alguns quilómetros ainda dentro do mar, e toda a crosta está intensamente partida, porque é uma crosta muito antiga”, explicou, referindo que “foi reactivada (…), está extremamente, digamos em termos simples, quebrada no seu interior”.
O sismólogo disse ainda que nos próximos dias “as réplicas são expectáveis”, salientando, no entanto, não ser possível dizer que irá haver “um sismo semelhante a este, noutra região”.
Desta forma, Paulo Alves recomenda à população que “observe os sítios onde estão a maior parte do tempo” e saiba o que tem a fazer, já que o comportamento poderá ser diferente consoante o local onde a pessoa se encontra.
O responsável aconselhou a que sejam seguidas as indicações da Protecção Civil, lembrando que, em muitas instituições, “há indicações sobre o que fazer e que às vezes podem ser um bocadinho diferentes de caso para caso se se estiver na rua, em casa, no carro”.
“As pessoas que derem um pouco de atenção a este tipo de instruções estão mais capacitadas a responderem bem quando acontecer um sismo. O que eu peço é que observem o seu meio ambiente, observem as suas rotinas, para não terem de pensar na altura, porque quando acontece qualquer coisa, não é a altura em que nós vamos começar a pensar conscientemente o que é que vamos fazer”, frisou.
O sismo de 4,7 na escala de Richter registado pelas 13h24 de segunda-feira, com epicentro a cerca de 14 quilómetros a sudoeste do Seixal, distrito de Setúbal, foi sentido com intensidade máxima em Sintra (Lisboa) e Almada (Setúbal) e com menor intensidade nalguns concelhos da região Centro ao Algarve.
Com Lusa