Autarquia revelou ter enviado uma missiva ao secretário de Estado da Saúde e promete tudo fazer para que o socorro seja assegurado à população
A retenção de macas dos Bombeiros Voluntários de Sesimbra no Hospital São Bernardo, de Setúbal, que tem provocado constrangimentos à corporação nas acções de socorro de emergência pré-hospitalar à população, levou a Câmara Municipal a pedir a intervenção da tutela.
Em nota publicada no site municipal e na página que administra no Facebook, a autarquia revelou ter enviado na passada sexta-feira, 5, “uma missiva ao secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre”, a dar conta dos sucessivos casos de retenção de macas dos bombeiros na unidade hospitalar de Setúbal. E solicitou ao governante que “viabilize a libertação de meios para que a corporação sesimbrense possa retomar as suas funções com normalidade”. Na comunicação dirigida ao secretário de Estado, o município manifestou “preocupação pela situação em que se encontram os Bombeiros Voluntários de Sesimbra, com macas retidas nas urgências do Hospital São Bernardo”, o que, alerta, “inviabiliza a capacidade de prestar socorro à população do concelho bem como aos visitantes”.
Ao mesmo tempo, a Câmara Municipal de Sesimbra assegura que irá “continuar a acompanhar a situação de perto” e promete que “fará tudo o que estiver ao seu alcance para apoiar os bombeiros e garantir o socorro à população”.
O caso é transversal a muitas mais corporações, o que levou a Liga Portuguesa de Bombeiros (LPB) a aprovar na segunda-feira a aplicação de taxas aos hospitais pela retenção das macas de ambulâncias nas urgências. Mas ontem, na sequência de uma reunião com o director-executivo do Serviço Nacional de Saúde, António Nunes, presidente da LPB, anunciou que os bombeiros decidiram adiar a aplicação da referida medida sancionatória.
Os bombeiros comprometeram-se a aguardar pela realização de uma nova reunião de trabalho entre as partes e também com a participação do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que terá lugar na próxima semana.
“Ficou decidido no próximo dia 18 às 15 horas fazer-se uma reunião entre a Direcção Executiva do SNS, a LPB e o INEM para se encontrarem soluções”, avançou António Nunes. “Somos pessoas de bem e queremos o diálogo. Não fazia sentido que continuássemos a insistir numa situação antes da reunião”, justificou o presidente da LPB.
As taxas decididas cobrar pelos bombeiros – que serão aplicadas caso não sejam encontradas soluções na reunião de dia 18 – estabelece “por cada duas horas após a primeira hora a cobrança de 50 euros, no segundo bloco de duas horas 100 euros, no terceiro bloco de duas horas 150 euros e depois 150 euros por cada duas além dessas”, conforme revelara anteriormente António Nunes.
Setúbal é uma das regiões que inspiram maiores preocupações com este tipo de situação. Com Lusa