A iniciativa, da qual a associação quintacondense faz parte, estreia no dia 28 em Almada
O projecto “Corre-Mundos” tem como principais objectivos capacitar, através da arte, o desenvolvimento pessoal, social e comunitário de jovens migrantes ou descendentes de migrantes, através de uma metodologia participativa, humanista e colaborativa. Transformação e inclusão pela arte, no concelho de Almada, são assim o mote para a iniciativa, na qual a associação Anime – Projecto de Animação e Formação, que se encontra sedeada na Quinta do Conde e tem também um núcleo em Almada, é responsável pela coordenação social.
“Este projecto arranca em plena pandemia, em Fevereiro de 2021, tendo como destinatários e público alvo os jovens migrantes ou descendentes de migrantes. A Anime – Projecto de Animação e Formação, cujo ADN sempre esteve ligado às questões artísticas, junta-se a este processo em Janeiro deste ano, num processo de transformação social e artístico”, começa por dizer Paulo Pires, director social do projecto, através da associação Anime – Projecto de Animação e Formação, a O SETUBALENSE.
Desenvolvido no âmbito de uma candidatura da Almada Mundo, com o apoio da Câmara Municipal de Almada, ao programa Partis & Art for Change, numa parceria da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação La Caixa, o projecto, que conta com 33 participantes directos, apresenta-se pela primeira vez em público nos próximos dias 28 de Maio, pelas 21h30, e 29 de Maio, às 17h00. O espectáculo “Tuntunhi” terá lugar no Auditório Osvaldo Azinheira, em Almada, sob direcção artística de Filipa Francisco.
Tuntunhi significa, em crioulo de Cabo Verde, enrolar, dar muitas voltas. De acordo com a equipa, “unir as pessoas à volta da construção de um espectáculo organizado em três tempos, formação, criação e apresentação, é a proposta artística deste projecto”. Este é, assim, de acordo com Paulo Pires, “um espectáculo que nasce de experiências relacionadas com aspectos migratórios na primeira pessoa ou através de familiares, no qual os participantes sobem a palco para partilhar as suas vivências, experiências, sentimentos e emoções”.
Até ao final do ano, está ainda previsto um conjunto de acções de capacitação “ao nível da liderança, dos processos comunitários, em que se pretende dar apoio ao desenvolvimento de projectos mais pessoais, em duos ou pequenos grupos, que depois tenham impacto nas comunidades onde estas pessoas vivem e desenvolvem a sua actividade mais diária”. Neste percurso de formação, “a Anime terá um papel importante, fazendo a relação entre o processo de capacitação, a rede de parcerias e o trabalho criativo pensado por estes jovens”, remata.