“O Governo do PS usou a pedido da Mota-Engil/Amarsul as forças de segurança PSP e GNR para reprimir trabalhadores”
A Direcção da Organização Regional Setúbal do PCP (DORS) acusa o Governo PS e a Mota-Engil, grupo onde está integrada a Amarsul – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, de pressionarem os trabalhadores desta empresa para abandonarem a posição de greve que mantiveram durante a passada semana.
“O Governo do PS usou a pedido da Mota-Engil/Amarsul as forças de segurança PSP e GNR para reprimir trabalhadores, violar a lei da greve e dar cobertura a ilegalidades”, refere a estrutura comunista em comunicado emitido ontem, onde manifesta “veemente repudio por esta ilegalidade e repressão”.
No mesmo comunicado, os comunistas afirmam a sua “solidariedade para com os trabalhadores da Amarsul”, e saúdam a sua “corajosa e forte luta”. Realçam ainda a “enorme solidariedade de classe manifestada pelos trabalhadores das autarquias locais”.
Com os trabalhadores em greve numa reivindicação pela reversão imediata dos cortes no subsídio de turno, passagem ao quadro de todos os trabalhadores com vínculo precário a ocupar postos que correspondem a necessidades permanentes da empresa, pela redução do período normal de trabalho, regresso ao direito ao dia de Carnaval como feriado obrigatório e pelo direito a um período mínimo de férias de 25 dias úteis, afirma a DORS que a Amarsul “tem resultados e lucros que lhe permitem e impõe que a Mota-Engil responda positivamente às justas aspirações dos trabalhadores”.
No mesmo comunicado, elogiam os trabalhadores por “apesar de todas as manobras patronais visando intimidar e desmobilizar [a greve], que teve uma enormíssima adesão”, mantiveram o protesto.
“Manobras e pressões ilegais por parte da administração sobre os trabalhadores e também por empresas de aluguer de mão de obra como Autovision que efectuou chamadas para casa de trabalhadores e enviou-lhes mensagens para os seus telemóveis, a intimidá-los, e que não mereceram do Governo e da ACT qualquer intervenção”, refere o comunicado da DORS.
Diz ainda o PCP que “o continuo ataque aos direitos contratuais [dos trabalhadores], e a crescente precarização dos postos trabalho”, começaram “desde a privatização da empresa”.
E acusa o Governo PS por não ter “revertido a privatização feita pelo anterior governo do PSD/CDS”, e com isso “permitiu que ao longo dos anos a Mota-Engil não cumpra com a contratação colectiva existente, aumente exponencialmente a precariedade na empresa, e degradado um serviço público estratégico para o País, com enormes reflexos no ambiente e qualidade de vida das populações”.