Moradores foram ouvidos pelo executivo durante um Fórum Seixal, onde surgiram algumas preocupações com terrenos públicos
A Câmara Municipal do Seixal realizou um fórum em Vale de Milhaços para ouvir a opinião dos moradores quanto ao projecto do Corredor Ecológico que, além de outras zonas, está a ser construído naquele território.
No encontro do passado sábado, Paulo Silva, presidente da Câmara do Seixal, e Bruno Silva, vereador e coordenador do projecto, ao lado de técnicos municipais, explicaram aos munícipes quais os objectivos e benefícios da criação do Corredor Ecológico.
Pelo que foi dito, na génese desta iniciativa está o objectivo de qualificar um conjunto de espaços verdes ao longo das linhas de água do município, num espaço total de 14,40 hectares. Este Corredor Ecológico vem, segundo referiu a autarquia do Seixal, preservar o “elevado valor ambiental e paisagístico” do concelho com a plantação de sobreiros, pinheiros, eucaliptos, oliveiras e com a eliminação de vegetação invasora.
Durante o fórum, a população mostrou-se “preocupada” com a possibilidade de as hortas urbanas, algumas já exploradas por moradores há mais de quarenta anos, serem removidas no avançar da empreitada. Perante a dúvida, Paulo Silva garantiu que as hortas urbanas estão “nas considerações” do projecto e apelou para a “legalização”, junto da Câmara Municipal, destas terras de cultivo.
“Foi um espaço que durante anos não foi qualificado e as populações começaram a cuidar”, comentou Paulo Silva. “Agora vamos fazer a harmonização destas hortas, até porque o concelho do Seixal é pioneiro no grande trabalho que toca a hortas urbanas”, referiu.
“Vamos tentar enquadrar alguns destes espaços no nosso projecto porque também sabemos o valor social e o valor económico que elas têm para os moradores, algumas vão ser deslocalizadas para outro terreno municipal”, disse o edil a O SETUBALENSE.
O presidente admitiu que alguns espaços verdes de Vale de Milhaços estavam como “baldios e abandonados”, e por isso agradeceu o facto de os cidadãos terem cuidado das zonas. Revelou ainda que os moradores podem “sentir-se seguros” e garante que “ninguém vai ficar sem horta”.
No final do encontro entre os munícipes e o executivo, foi ainda esclarecido que a Câmara Municipal do Seixal irá dar formação sobre agricultura biológica a quem está a explorar as hortas urbanas, de modo a existir um maior aproveitamento do terreno agrícola.
Esta iniciativa realizou-se no âmbito da iniciativa municipal Fórum Seixal +, para debater, avaliar e esclarecer sobre espaços por onde seguem linhas de água que compõem a Vala da Queimada-Milhaços e que integram a Estrutura Ecológica Municipal. Ao todo, são cinco áreas que vão formar um corredor ecológico, de elevado valor ambiental e paisagístico. “A reflorestação vai aumentar a capacidade de drenagem das águas pluviais, reduzindo os riscos de cheia, valorizar as linhas de água e criar zonas de sombra”, adianta a autarquia em nota de Imprensa.
Quanto ao parque infantil existente vai ser qualificado, estando também previstas zonas de estadia e a instalação de outros equipamentos. A criação do corredor ecológico prevê a plantação de cerca de 500 árvores.
No seguimento do encontro com a população, Paulo Silva visitou a área a intervencionar na primeira fase deste projecto, sendo o ponto de encontro na área verde existente no entroncamento da Rua das Amoreiras com a Avenida Pinhal Vidal, em Corroios. “Esta é mais uma iniciativa de participação que pretende aferir junto da população quais as suas preocupações e expectativas relativamente a projectos planeados ou em curso”, explicou o presidente.
“Este é um projecto desenvolvido pela Câmara do Seixal, que o candidatou ao programa Intervenções de Resiliência dos territórios face ao risco / (Re)arborização de espaços verdes e criação de ilhas-sombra em meio urbano, com comparticipação da União Europeia”, indica a autarquia.