Parque Urbano do Seixal recebe exposição sobre história da migração contada em “Levantados do Chão”

Parque Urbano do Seixal recebe exposição sobre história da migração contada em “Levantados do Chão”

Parque Urbano do Seixal recebe exposição sobre história da migração contada em “Levantados do Chão”

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Muitos dos trabalhadores da corticeira Mundet vieram do Alentejo na procura de uma melhor vida   

O Parque Urbano do Seixal recebe até ao último dia deste ano a exposição “Levantados do Chão: das Planuras Alentejanas ao Bulício da Fábrica Mundet”. Foi inaugurada na manhã do passado sábado, junto a um pequeno núcleo de sobreiros, e integra as comemorações do centenário de nascimento de José Saramago (1922-2022).

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O certame, instalado em terrenos que oferecem uma panorâmica soberba sobre o Tejo e Lisboa, tem como tema central a ligação do autor a terras seixalenses, que descreve numa das suas obras mais importantes, “Levantados do Chão”.

Esta mostra resulta da colaboração entre a Fundação José Saramago e a Câmara do Seixal; “uma parceria activa”, focou o vereador Paulo Silva, que durante a inauguração da exposição chamou a atenção para a força com que o escritor abordou, na obra “Levantados do Chão”, a migração dos trabalhadores alentejanos para a região sul do Tejo, nomeadamente para a Mundet, que, “em certo período, chegou a ser a maior corticeira do planeta”.

Pilar del Rio, viúva do Nobel José Saramago, referiu-se aos “lugares de sofrimento” humano tão bem descritos pelo autor, lugares esses de que todos “devíamos guardar memória”. É que “se não temos memória histórica, somos uma sociedade doente”, comentou.

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Na inauguração esteve também presente Sérgio Letria, director da Fundação José Saramago, que frisou a “qualidade da exposição”, que concorre para um “melhor conhecimento de um dos livros mais importantes da obra de Saramago”.

Por sua vez, Fátima Afonso, do Ecomuseu Municipal, lembrou que se viviam ali, também, os 25 anos da aquisição, pela Câmara Municipal, do Espaço Mundet, e fez um paralelo entre as preocupações de Saramago e a dos trabalhadores da corticeira, para onde “entravam para trabalhar crianças com 8 ou 9 anos, com um salário de miséria”. Houve alturas em que “52% dos trabalhadores da Mundet tinham menos de 16 anos”.

Técnicas da Biblioteca Municipal dissertaram sobre a vida e obra do escritor homenageado e leram trechos da sua produção literária. Também Ana Machado, profunda conhecedora da temática que liga trabalhadores alentejanos, a cortiça, o Seixal e o escritor, com obra editada, falou desse mundo laboral.

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O Coral Alentejano da Associação dos Trabalhadores das Autarquias do Seixal juntou-se ao evento.

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