Marta Silva: “O Seixal precisa de uma liderança sem complexos ideológicos contra o investimento privado”

Marta Silva: “O Seixal precisa de uma liderança sem complexos ideológicos contra o investimento privado”

Marta Silva: “O Seixal precisa de uma liderança sem complexos ideológicos contra o investimento privado”

A candidata do Chega afirma que o concelho tem potencial para ser “motor de desenvolvimento da região”, mas para isso tem de captar empresas

Deputada à Assembleia da República eleita pelo Chega, e vice-presidente nacional do partido desde 2021, Marta Silva, 45 anos, é arquiteta, nasceu no Barreiro e reside atualmente em Sesimbra.

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Na XVI Legislatura desempenhou as funções de vice-presidente da bancada parlamentar, e vice-presidente da Comissão de Saúde. Foi novamente eleita como deputada em maio de 2025, atualmente integra a Comissão de Saúde, e é coordenadora da Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação.

Afirma ser defensora de valores conservadores, responsabilidade fiscal, e inovação tecnológica. Tem sido voz ativa em questões como a habitação, saúde, segurança e apoio às famílias. Como profissional da área da arquitetura e do urbanismo, diz aliar o rigor técnico à ação política, postura que reflete agora na sua candidatura à presidência da Câmara Municipal do Seixal.

Diz que a CDU usou a ideologia para atrasar o concelho do Seixal e garante que consigo na presidência da Câmara Municipal haverá foco no “investimento, modernização e mérito, mas sempre colocando os seixalenses em primeiro lugar”.

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Defende que o Metro Sul do Tejo tem de abranger todo o concelho, promete exigir ao Governo melhoria das carreiras fluviais e afirma que o Hospital no Seixal é absolutamente necessário.

A segurança e ordem estão entre as suas bandeiras para o concelho, assim como a melhoria do espaço público, urbanismo, desenvolvimento económico e criação de emprego.

Sendo deputada na Assembleia da República eleita pelo Chega, o que a motiva a candidatar-se à presidência da Câmara do Seixal?

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O que me motiva é simples: amor à verdade e responsabilidade para com a população. Há cinquenta anos que este concelho é governado pela mesma força política, transformado num feudo privado do PCP, onde os lugares são cativos e a gestão é feita para alimentar clientelas e associações amigas em vez de servir as pessoas. Como deputada, tenho denunciado esta realidade no Parlamento, mas agora quero estar na linha da frente da mudança local. Sou arquiteta e vejo o Seixal como um território cheio de potencial desperdiçado: uma frente ribeirinha abandonada, bairros degradados, espaço público sem qualidade, lixo, mobilidade caótica e insegurança crescente. Quero transformar essa realidade com rigor, transparência e coragem política. Não venho ocupar lugar, venho servir. Venho pôr fim ao abandono e colocar o Seixal no mapa do desenvolvimento, da segurança e da qualidade de vida.

Nas autárquicas de 2021 o Chega elegeu um vereador na Câmara do Seixal, a quem foi retirada a confiança política por André Ventura, no ano seguinte, por ter viabilizado o orçamento municipal da CDU. Se for eleita vereadora, confia que não irá correr o mesmo risco?

Total confiança. Quem me conhece sabe que não negoceio princípios nem me vendo por cargos ou favores. A confiança do presidente André Ventura é para mim um compromisso de honra. O que aconteceu em 2021 foi uma lição: o Chega não se confunde com quem, por oportunismo, decide sustentar o PCP. O meu mandato, se for vereadora ou presidente, será fiel ao nosso programa e ao compromisso que assumo com os eleitores: romper com meio século de comunismo local, travar a corrupção e devolver transparência à autarquia. Nunca serei cúmplice da CDU.

O Chega é associado a uma política conservadora e nacionalista. Como pretende gerir esta visão no contexto local do concelho do Seixal que sempre foi governado pela linha comunista?

Conservadorismo não é atraso; é preservar valores que sustentam uma comunidade: família, trabalho, mérito, segurança e justiça. Nacionalismo não é fechar fronteiras, é ter orgulho em Portugal, ter orgulho na nossa identidade e defender quem aqui trabalha e paga impostos. No Seixal, a CDU usou a ideologia para atrasar o concelho: recusaram investimento privado, hostilizaram empresas e viveram de propaganda. Eu defendo o oposto: abrir o Seixal ao investimento, à modernização e ao mérito, mas sempre colocando os seixalenses em primeiro lugar. Quem trabalha e contribui tem prioridade sobre quem vive à custa do sistema. Esta é a diferença entre ideologia dogmática e governação responsável.

Como vê a atual gestão do concelho pela CDU, através do presidente Paulo Silva?

É a continuação da decadência. Paulo Silva herdou meio século de PCP e limitou-se a replicar os mesmos vícios: dívidas acumuladas, obras inacabadas, propaganda paga com dinheiro público, bairros degradados, insegurança crescente e falta de transparência na habitação pública. Temos ruas esburacadas, água turva, saneamento deficiente e promessas eternas que nunca saem do papel. O presidente Paulo Silva governa para a máquina partidária, não para os cidadãos. O Seixal tem um potencial gigante, uma localização privilegiada, poderia ser muito mais, mas não é porque os comunistas não sabem, nem querem, governar diferente.

Se for eleita presidente da Câmara Municipal, quais as suas três prioridades na governação do município?

A minha primeira prioridade será Segurança e Ordem. Sem segurança não há liberdade nem qualidade de vida. Vamos apoiar as forças policiais, instalar videovigilância nos pontos críticos, melhorar a iluminação pública e impor tolerância zero ao crime. O Seixal tem de voltar a ser um concelho onde as famílias possam andar nas ruas, seja a que hora for, sem medo.

A segunda prioridade será o Cuidado do Espaço Público e o Urbanismo de Qualidade. Como arquiteta, sei que o espaço onde vivemos molda a forma como nos sentimos. Quero um Seixal funcional, limpo, bonito e contemporâneo. Vamos apostar em frentes ribeirinhas reabilitadas, praças e parques verdes de referência, uma rede pedonal cuidada, ruas bem iluminadas e limpas, com arquitetura bem planeada. O espaço público deve orgulhar os seixalenses e atrair famílias, turismo e investimento.

A terceira prioridade será o Desenvolvimento Económico e a criação de Emprego qualificado. O Seixal tem tudo para ser motor económico da região, mas ficou refém da ideologia. Vamos criar condições fiscais e administrativas para atrair empresas inovadoras e indústria limpa, fixar jovens talentos, valorizar o comércio e a identidade local e promover feiras de emprego. Só com mais investimento e mais empresas conseguiremos criar empregos qualificados e dar futuro aos nossos jovens dentro do próprio concelho.

A segurança é uma das bandeiras do Chega a nível nacional. Como avalia a situação de segurança no Seixal? Que mudanças propõe?

O Seixal tornou-se sinónimo de criminalidade violenta: tiroteios na via pública, tráfico de droga, queima de autocarros, violência doméstica em alta. Isto não é perceção, é realidade. A imigração sem controlo trouxe também grupos organizados ligados ao crime violento. O que proponho é claro: reforço do policiamento de proximidade, videovigilância nas zonas críticas, iluminação pública reforçada, apoio às forças de segurança e articulação com Governo para garantir meios. O Seixal tem de deixar de ser território sem lei. Não aceitaremos que as famílias vivam com medo.

A habitação é um dos maiores problemas na Área Metropolitana de Lisboa. Que soluções propõe para responder à crise habitacional no concelho?

O problema da habitação no Seixal tem dois rostos: escassez de oferta para jovens e famílias portuguesas, e falta de transparência na atribuição de casas municipais. A CDU transformou o direito à habitação num balcão de clientelismo. A nossa proposta é clara: transparência absoluta na gestão do parque habitacional, com disponibilização pública das listas de espera e critérios justos. Vamos acelerar os processos de construção e reabilitação, alargar as Áreas de Reabilitação Urbana, desagravar a carga fiscal e promover parcerias com privados para aumentar a oferta. E não vamos tolerar, incumprimentos, ocupações ilegais nem a proliferação de bairros de lata: quem cumpre deve ser respeitado, quem abusa perde privilégios. Só assim teremos justiça social verdadeira.

E quanto à mobilidade?

O Seixal vive numa encruzilhada de mobilidade caótica. Transportes lotados, falta de eixos viários fluidos, uma variante à N10 por concluir há mais de 20 anos e uma ponte para o Barreiro que nunca saiu do papel. O metro de superfície pára em Corroios, deixando grande parte do concelho sem cobertura. Defendo três medidas urgentes: encontrar uma solução para a variante que respeite as condições ambientais do território, expansão do Metro Sul do Tejo a todo o concelho e estacionamento gratuito nas interfaces de transporte. Sublinho também, que exigiremos ao Governo fiabilidade nos transportes fluviais e ferroviários, trabalho esse que já iniciei com o pedido para a secretária de Estado da Mobilidade ser ouvida na Comissão Parlamentar das Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, da qual sou coordenadora. A população não pode continuar refém de greves e supressões. Mobilidade não é luxo, é dignidade.

No plano da saúde, a construção do Hospital do Seixal é uma reivindicação antiga e permanente de autarcas e população. Defende que este equipamento tem de ser uma realidade?

Absolutamente. O Hospital do Seixal é uma necessidade urgente e não pode continuar a ser promessa eleitoral reciclada. Este concelho tem milhares de cidadãos sem médico de família, unidades de saúde saturadas e famílias obrigadas a percorrer quilómetros para cuidados básicos. Isto é indigno e é resultado de décadas de abandono.

O Chega tem levado esta reivindicação a todas as discussões do Orçamento de Estado desde que entrou no Parlamento, e continuará a pressionar o Governo para que a construção avance de uma vez por todas. Mas não chega falar do hospital. É preciso também garantir uma rede de proximidade: requalificação das unidades de saúde familiar, rastreios regulares e cuidados continuados para idosos.

É inaceitável que, num território com quase 40 mil pessoas sem médico de família, tenham sido abertas apenas 11 vagas e mesmo assim não foram preenchidas. Isso mostra que o problema não é só central, mas também de atratividade local. Por isso, defendo que o poder autárquico tem de ser parte da solução, com incentivos concretos para fixar jovens médicos no Seixal: apoio à aquisição de habitação, prioridade no acesso a creches para os filhos e condições de trabalho dignas. A saúde não é bandeira partidária, é um direito fundamental dos seixalenses, e connosco será tratada como tal.

O concelho tem crescido bastante nos últimos anos a nível populacional; cerca de 180 mil habitantes. Que medidas propõe para atrair mais investimento e emprego para o Seixal?

O crescimento populacional não foi acompanhado de crescimento económico. O resultado é claro: o Seixal é um dormitório de Lisboa. A CDU recusou investimento e afugentou empresas com burocracia e hostilidade ideológica. A nossa estratégia é oposta: atrair investimento com isenção de taxas municipais, incentivos fiscais temporários, redução da derrama, feiras anuais de emprego e parcerias com universidades e politécnicos para criar polos no concelho. Queremos indústria limpa, tecnologia, turismo ribeirinho e comércio local revitalizado. O Seixal pode ser motor económico da região, mas precisa de uma liderança que não tenha complexos ideológicos contra o investimento privado.

Se não vencer, está disponível para colaborar ou apoiar propostas de outras forças políticas pelo bem do concelho?

Estou disponível para colaborar em tudo o que seja verdadeiramente em prol do Seixal. O que não farei é ser cúmplice de esquemas partidários ou de promessas vazias. Onde houver projetos que melhorem a vida das famílias, estarei sempre do lado certo. Mas nunca viabilizarei mais do mesmo: clientelismo, corrupção ou incompetência. O meu compromisso é com os seixalenses, não com interesses partidários.

Quero deixar uma última nota clara: a minha candidatura é uma escolha de futuro. Um futuro onde o Seixal seja seguro para viver, limpo e cuidado como a nossa casa, funcional e bem desenhado como uma cidade moderna deve ser, e próspero para atrair empresas e criar emprego qualificado. É esta a visão que trago como arquiteta e como deputada do Chega: transformar o Seixal numa cidade que orgulha os seus cidadãos e que deixa para trás cinco décadas de atraso.

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