Comissão de moradores pede à autarquia que avance urgentemente com projecto para aquela zona
Uma comissão de moradores da Labateira, um conjunto de habitações de génese ilegal, apresentou-se na reunião de Câmara da passada quinta-feira para expor aos responsáveis da autarquia as dificuldades por que tem passado ao longo de décadas. Francisco Macedo, advogado e porta-voz da referida comissão, afirmou que “ninguém quer fornecer energia eléctrica aos moradores”, razão por que estes “recorrem a métodos ilegais para obtê-la”. Exemplificou que, em muitos casos, a EDP “retira essas puxadas ilegais e impõe coimas”. Por conseguinte, pediu à Câmara que avançasse com um projecto para aquela zona, que ajudasse a conseguir a electrificação. “Não havendo luz, não há água. É urgente que se trate deste caso”, concluiu.
Paulo Silva, o presidente da autarquia, esclareceu que mantém a promessa de apoiar as aspirações da comissão e de acompanhar em pessoa, fazendo uma diligência junto dos responsáveis da distribuidora. Acresce que a satisfação destas carências é dificuldade pela facto de as habitações se erguerem numa zona de servidão militar.
No mesmo período aberto à população, os habitantes seixalenses demostraram as suas preocupações. Paulo Mendes queixou-se do atraso na resposta a um processo de urbanização, Maria Antónia Martins mostrou-se descontente porque vai mudar de casa, nos próximos dias, e não tem o ramal de esgotos ligado, José Dias quer começar uma obra no Pinhal do General, mas ainda não lhe foi dada a documentação exigida, Manuel Magalhães tem um cabo por cima da casa que derrubam telhas e não sabe de que extensões se tratam, enquanto Paulo Mandes espera por uma decisão camarária para uma remodelação que quer executar numa sua moradia à beira-rio.
Os vereadores responsáveis pelos respectivos pelouros responderam a estas questões de um modo que os requerentes acocharam satisfatório.
A reunião aprovou um contrato-programa entre a Câmara e a Associação Náutica do Seixal, o qual prevê uma comparticipação financeira e a cedência de embarcações pela colectividade para o Serviço de Marinheiro, bem como um protocolo de colaboração entre a autarquia e a Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas. Foi aprovado, também, uma delegação contratual de competências nas juntas de freguesia, acompanhada do imprescindível reforço de verbas.
No âmbito do pelouro da Educação, a reunião aprovou um protocolo de colaboração com a Escola Profissional Jean Piaget (Almada), como base para a candidatura à criação de um Centro Tecnológico Especializado.
No quadro da Cultura, Juventude, Desenvolvimento Social e Saúde foi aprovada a minuta e comparticipação financeira à Associação das Colectividades do concelho do Seixal, apoio ao Movimento Associativo Cultural do Seixal e atribuição de transportes ao Movimento Associativo do concelho, bem como um contrato-programa entre a autarquia e o Independente Futebol Clube Torrense.
Além de um ou outro momento mais acalorado, provocado por troca de acusações políticas entre os deputados das várias facções partidárias, que mais serviram para despertar a plateia do que para esclarecer a população ali presente, assistiu-se a um momento de muita solenidade e comoção: a aprovação de um voto de pesar pelo falecimento de António Matos, uma pessoa muito querida e respeitado por todos os seixalenses. António Matos foi um dos fundadores dos Bombeiros Voluntários do Seixal e antigo vereador. “Sempre se lhe reconheceu um profundo sentido do dever, da cidadania e de respeito pelo próximo”, lê-se num documento divulgado pela autarquia, a qual decretou que o passado dia 5 de Junho fosse de luto municipal.