A 3 de Agosto as ruas da aldeia começam a encher-se de gente e assim vai ser até domingo seguinte
“Os Banza”, um dos mais populares conjuntos da região e fora dela, vão abrir as Festas Populares de Paio Pires, que começam a 3 de Agosto e se prolongam até ao domingo seguinte. Na mesma noite, pisará o palco o grupo coral alentejano “Lírio Roxo”, enquanto a banda de repercussão “Toca Rufar” animará as ruas da Aldeia. A partir da meia-noite, reinará a “festa brava”, na modalidade de largada de toiros. Será na Avenida José António Rodrigues, encravada no núcleo antigo de Paio Pires.
A noite de quinta-feira é consagrada a Ruth Marlene, a cantora do Barreiro que tem angariado, ao longo da sua carreira, uma popularidade explosiva e um exército de fãs admirável e fiel.
A União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Paio Pires é preponderante na realização destes festejos, pelo que O SETUBALENSE abordou a presidente, Maria João Costa. “Temos verificado que, depois dos piores tempos da pandemia, as pessoas estão ansiosas por se divertir e conviver. E, na verdade, as coisas tem corrido bem, porque até parece que surgiram com um espírito novo. Por conseguinte, é meu desejo que esse espírito se mantenha, que usufruam, folgando e convivendo, do espaço que os trabalhadores e a autarquia criou para elas”, frisou a autarca, que quis deixar claro que, “sem o esforço colectivo e dedicação dos trabalhadores da Câmara Municipal e da União de Freguesias, nada disto seria possível”.
Maria João descreve a disposição dos pavilhões da festa, em que “de um lado do palco, erguido na rua Machado dos Santos, ficarão as tasquinhas de comes e bebes do Movimento Associativo, enquanto o outro lado está reservado para os pavilhões que mostram artesanato e exposições e vendem pequenos objectos alusivos às festas e ao concelho”.
A edil chama também a atenção para o Festival Nacional de Folclore, que já vai na sua 38.ª edição. São convidados os grupos folclóricos de Serreleis (Viana do Castelo), de Faro e de Paços dos Negros (Almeirim), que se juntarão à “Estrelinhas do Sul” (Seixal). “O Festival decorre no domingo, como é habitual, para facilitar a vida aos elementos dos grupos, já que são trabalhadores na sua grande maioria”.
A não perder é, ainda, a noite da sardinhada, no sábado. “A União de Freguesias tem todo o gosto em oferecer as sardinhas o pão e o vinho aos festeiros”, garante.
Maria João salienta outros pontos do programa, como a corrida de touros, na Arena de Paio Pires, na noite de sexta, ou as cavalhadas, na tarde de sábado. A Procissão em Honra de N. Sr.ª da Anunciada, que percorre as ruas de Paio Pires, a meio da tarde de domingo, chama também muitos fiéis ou simples curiosos.
Largadas geram protesto mas tudo está resolvido
Todas noites as Festas Populares de Paio Pires vão ter largadas de toiros, excepto na de domingo, concluídos que sejam os espectáculos. Apesar da diversão ser bem aceite, são conhecidas algumas dificuldades em organizar um evento destes em plena área urbana, mais antiga, com ruas estreitas. E Paio Pires não escapa a alguns destes problemas.
Nos últimos anos, muita gente de fora tem comprado casas no núcleo antigo, que são de rés-do-chão ou de dois pisos apenas, para as recuperar e converter em habitação. Ora, como se sabe, ao fugirem do toiro, os folgazões pensam apenas em salvar a pele e mandam-se pelas paredes acima para se safarem e tentarem alcançar as varandas, na circunstância os únicos portos seguros.
Mas os residentes não querem ver as fachadas das sua casas, adquiridas com dinheiro que lhes custou a ganhar, conspurcadas.
Perante este aborrecimento, a “União de Freguesias, que nisto só se encarrega da limpeza da rua e do fornecimento de areia para ser espalhada no pavimento, sentou-se à mesa com os moradores insatisfeitos e com a comissão das largadas. As partes compreenderam-se e a comissão das largadas comprometeu-se a proteger as fachadas dos prédios com tábuas, papel e cartão”, revela a presidente da União de Freguesias.