Suspeito esfaqueou um homem de 88 anos que se dirigia para casa depois de, como habitualmente, almoçar fora
Um homem de 32 anos, doente esquizofrénico que matou o vizinho de 88 anos em Junho na rua no concelho do Seixal quando este regressava a casa após almoçar e sem qualquer motivo que fizesse prever o ataque, será transferido para o Hospital Prisão de Caxias. O suspeito está actualmente em prisão preventiva no Montijo.
Pedro Pestana, advogado do arguido, requereu a alteração da medida de coacção a que o Juiz de Instrução Criminal do Seixal acedeu tendo em conta que “o recluso está descompensado e que a sua família teme novo surto psicótico numa prisão que não está preparada para assistir a uma pessoa com esta patologia”. No requerimento apresentado ao tribunal, pode ler-se que “a substituição da medida de coacção de prisão preventiva para internamento preventivo justifica-se para acautelar a própria segurança do recluso, mas também de todos, desde Guardas Prisionais aos demais reclusos do Estabelecimento Prisional do Montijo”.
O juiz de instrução criminal teve por base, na decisão do internamento preventivo, o relatório de perícia psiquiátrica do arguido, que foi diagnosticado com esquizofrenia em 2013 e conta com três internamentos, o último em Outubro do ano passado.
O homicídio aconteceu na tarde de 28 de Junho, na Praceta Álvaro Cavalheiro, junto a uma escola que nessa altura se encontrava encerrada para férias. A vítima, Joaquim Ramalho, 88 anos, estava no local errado à hora errada. Voltava para casa depois de almoçar fora, como fazia habitualmente, quando foi confrontado pelo vizinho de arma em punho, e logo foi esfaqueado no pescoço, sem qualquer motivo e sem qualquer troca de palavras.
O suspeito fugiu e foi detido a 10 de Julho. A Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, na investigação preliminar ao caso, admitiu desde logo a possibilidade de um surto psicótico, ainda que tivessem de ser realizadas diligências pelos serviços prisionais, no sentido de comprovar que o arguido teve um surto e que não estava consciente dos seus actos.
Sabe-se que, nessa tarde, sem que nada o fizesse prever, como uma qualquer discussão em casa com os pais, o suspeito saiu de casa com uma faca de cozinha e atacou a primeira pessoa que encontrou, o seu vizinho.