Assembleia Municipal extraordinária decide amanhã pedido destituição de Alfredo Monteiro

Assembleia Municipal extraordinária decide amanhã pedido destituição de Alfredo Monteiro

Assembleia Municipal extraordinária decide amanhã pedido destituição de Alfredo Monteiro

Autarcas do PS no Seixal querem afastar o presidente comunista da Assembleia Municipal. Alfredo Monteiro diz ser manobra política 

A Assembleia Municipal do Seixal reúne amanhã, dia 10, a título extraordinário para analisar o pedido dos eleitos socialistas de destituição do presidente deste órgão, Alfredo Monteiro (CDU). A reunião foi marcada pelo presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, na sequência de requerimento enviado pelo PS.

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Alegam os socialistas que foi “recentemente conhecido que o presidente da Assembleia Municipal do Seixal, foi condenado pelo Tribunal de Contas (TC) ao pagamento de elevadas coimas por autorizar despesa pública ilegal”. E referem estar em causa a “renegociação de três empréstimos bancários, omitindo-os da fiscalização da Assembleia Municipal e sem solicitar o obrigatório parecer prévio do TC”.

“Condenados pelos mesmos factos, foram também outros cinco vereadores comunistas, incluindo o antigo presidente da Câmara Municipal Joaquim Santos”, afirma o PS em nota de Imprensa enviada a O SETUBALENSE. Alfredo Monteiro, que actualmente preside à Assembleia Municipal, foi presidente da câmara do Seixal entre 1998 e 2013 e o caso remonta a 2011.

Sobre a destituição pedida pelos autarcas do PS, Alfredo Monteiro diz estar descansado. A O SETUBALENSE afirmou existir uma “intentona” por parte dos socialistas, e que se está a assistir a uma “manobra política” em que o resultado é “perderem [PS] na Assembleia Municipal”. A isto acrescenta que este órgão autárquico “não tem competência para fiscalizar mandatos anteriores, e sim apenas o que está actualmente a decorrer”.

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Colocando peso nas costas dos socialistas, o autarca eleito pela CDU diz que estes “deviam preocupar-se com questões importantes do concelho, em vez de questões que já foram discutidas na época”.

Segundo os socialistas, o Tribunal “considerou que os autarcas da CDU também violaram o Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais, por terem inscrito, através de uma alteração às Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2013, uma receita de 40 milhões de euros relativos a empréstimos, antes de estes terem sido contratados, tendo o dinheiro relativo a esses empréstimos entrado na tesouraria da Câmara Municipal do Seixal apenas em 2014”.

Dizem ainda que estas práticas “ilegais” foram “uma constante no mandato de Alfredo Monteiro [como presidente da câmara], que já tinha sido condenado por factos semelhantes em 2007, estando em causa dessa vez a contratação de dois prestadores de serviços” que “lesaram o erário público em mais de 400 mil euros”.

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Na matéria que o PS vai apresentar na Assembleia Municipal, deverá ser ainda referido que o executivo comunista “sofreu forte repreensão por parte da Inspecção Geral de Finanças e do Tribunal de Contas, em virtude dos ruinosos contratos de arrendamento dos Serviços Centrais e Operacionais da Câmara Municipal do Seixal”, um valor que “mensalmente, em redas, ultrapassava os 500 mil euros”.

Entretanto, e em resposta à Lusa, o presidente da Câmara do Seixal (CDU) explicou que a decisão do então presidente da autarquia Alfredo Monteiro, de assinar a alteração contratual, surgiu na sequência de uma informação dos serviços.

“Foram duas situações detectadas numa inspecção e das quais não resultaram quaisquer prejuízos para o município do Seixal”, disse Paulo Silva, indicando que as coimas foram pagas pelos autarcas em questão “do seu próprio bolso”, tendo os processos sido arquivados.

O primeiro caso foi a questão de um empréstimo em que houve uma alteração contratual assinada pelo presidente e que deveria ter ido a reunião de Câmara e de Assembleia Municipal, “mas, por informação dos serviços, assinou a alteração contratual na boa-fé que era apenas necessária a assinatura dele”.

O segundo caso foi a introdução de uma alteração orçamental de empréstimos já aprovados em reunião de Câmara e Assembleia Municipal, mas que ainda não tinham sido contratualizados.

Seja como for, os socialistas insistem que o TC diz que as condutas dos responsáveis “demonstraram reiterada e sistemática indiferença pelo dever de demonstrar que as soluções adoptadas eram conformes ao princípio da economia ou da racionalidade económica, vinculando a autarquia a cláusulas exorbitantes, manifestamente lesivas do interesse público”, e por isso pedem a destituição de Alfredo Monteiro.

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