Há mais de uma década que a Escola Secundária João de Barros espera que terminem as obras de requalificação. Para o presidente da Junta de Freguesia de Corroios, algo de estranho se passa
São tantas as peripécias que têm envolvido, nos últimos anos, a Escola Secundária João de Barros, em Corroios, que já ninguém fica indiferente ao drama vivido pelo estabelecimento de ensino.
Hoje o Agrupamento de Escolas João de Barros vai para um dia de greve. Para o presidente da Junta de Freguesia de Corroios era bom que a comunidade apoiasse a esta luta.
“As obras nesta escola eram necessárias, como acontece a muitas dos anos 80. Estas, iniciaram-se há cerca de 10 anos”, diz Eduardo Rosa, presidente da Junta de Freguesia de Corroios, a O Setubalense-Diário da Região. “As obras eram inquestionavelmente necessárias, mas o que se lamenta é que se arrastem sistematicamente, depois de terem sido entregues à Parque Escolar, empresa pública criada pelo governo PS, [em 2007], e que desde o parto suscitou muitas dúvidas”.
Depois, sucedeu-se a governação PSD/CDS e os trabalhos foram suspensos, “parece que por o custo dos mesmos lhes parecer exorbitantes”, comenta o autarca. Entretanto, “agora, o Governo do PS ordena a reactivação dos trabalhos”. “Ora – continua Eduardo Rosa -, uma coisa é lançar um projecto e outra, muito diferente, é lança-lo com valores correctos da execução da obra!”
Apenas o silêncio como resposta
Para Eduardo Rosa, da última vez que isto aconteceu, os valores oferecidos foram demasiado baixos, “e o concurso ficou outra vez deserto, com o que isso implicou para gerações de alunos, pais, professores e auxiliares, enfim, para todos os que trabalham no estabelecimento e diariamente demonstram o seu desagrado e desconforto, face às condições degradantes, direi mesmo, desumanas, em que são obrigados a laborar”.
O presidente acusa: “São tantas as alterações efectuadas ao projecto que, do original, só resta a cobertura do pavilhão desportivo”. E repare-se: “Na freguesia de Corroios, não temos um só pavilhão escolar, o que deve ser caso único entre os aglomerados populacionais do país com a dimensão do nosso”.
A luz ao fundo do túnel há-de luzir
O que ressalta de todo este imbróglio é que “nunca esta obra foi encarada com a necessária competência”. Todavia, as pessoas mexem-se. “A comunidade escolar, o Movimento Associativo da freguesia e a comunidade desportiva já tomaram posições.
Todos eles têm consciência de que, como em outros locais, o pavilhão serviria a escola e a comunidade associativa. Mas, até agora, tiveram como resposta apenas o silêncio das autoridades”. Eduardo Rosa realça que a autarquia tem alertado repetidamente as autoridades detentoras do poder decisório na matéria e reunido com as forças locais interessadas na tentativa de encontrarem, conjuntamente, vias que conduzam à resolução definitiva do problema.
E está confiante. “A luz ao fundo do túnel há-de luzir. Hoje, por exemplo, todo o Agrupamento das Escolas João de Barros fará greve todo o dia, com uma concentração, entre as 8h00 e as 10h00, em frente da Escola 2,3 de Corroios. Era bom que a comunidade se juntasse a este movimento. Isto porque todos têm o mesmo sentimento, e todos o expressam”.
E em jeito de apontamento final, o presidente da Junta e Freguesia de Corroios exprime: “O que dói, é que não foram erros que se cometeram, foram estratégias elaboradas para desaguarem nesta realidade, para atingirem este fim. É verdadeiramente lamentável!”
Com todos estes dados irrefutáveis em cima da mesa, só apetece perguntar: quem anda a fazer bulling aos alunos, professores a auxiliares desta escola?
Por José Augusto