19 Abril 2024, Sexta-feira
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Associação de moradores do Jamaica quer ‘fechar’ bairro a quem é de fora

A directora-geral da Saúde disse existirem três focos de infecção no Seixal e Almada, e lançou alarme na comunidade. O presidente Joaquim Santos diz que sabe apenas o que foi noticiado, e lamenta que as autoridades de saúde nada lhe tenham dito. Por sua vez a presidente Inês de Medeiros diz que não existem focos de infecção no concelho de Almada

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A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu ontem que o bairro, mais conhecido como Jamaica, deveria ser “isolado” e limitado aos moradores, responsabilizando as “pessoas que vêm de outros concelhos” pelo foco de infecção de Covid-19.

“Deviam mesmo isolar o bairro e só saía ou entrava quem aqui mora”, disse à Lusa o presidente da Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos, Salimo Mendes, que está preocupado com a aglomeração de pessoas nos cafés que se localizam junto ao bairro.

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“Os cafés, ao fim-de-semana, não deixam dormir quem trabalham. Há música e ajuntamento de pessoas que não usam máscara”, contou.

O morador não sabe quem são as 16 pessoas do bairro que têm Covid-19, mas, na sua visão, o foco de infecção teve origem em “quem vêm de outros concelhos”.

“A população que mora aqui tem sempre cuidado, o que me preocupa são as pessoas que vêm de outros concelhos. Ninguém sai de casa, só quem está a trabalhar, só que há pessoas de outros concelhos que vêm aqui frequentar os cafés do bairro”, indicou.

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Na terça-feira, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que foram identificados três focos comunitários na área abrangida pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal, com um total de 32 pessoas infectadas, 16 dos quais no Bairro da Jamaica.

No entanto, para Salimo Mendes, o contágio aos moradores está relacionado com a “aglomeração de pessoas que não cumprem o distanciamento” nos estabelecimentos, sobretudo entre sexta-feira a domingo.

“Estou muito preocupado e a minha intenção é que as autoridades me ajudem a fechar estes cafés todos porque são centros de propagação”, defendeu.

O morador já manifestou esta preocupação à Câmara do Seixal e a sua esperança é que a autarquia e as autoridades de saúde ajudem a resolver o problema.

O município liderado por Joaquim Santos (PCP) indicou na terça-feira que o foco de Covid-19 em Vale de Chícharos teve origem “numa festa na Aroeira (Almada) em que participaram vários jovens de diversos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa”, entre 01 e 03 de Maio.

Além disso, na nota divulgada, a autarquia lamentou ter conhecimento da realidade do concelho através da comunicação social, pedindo “mais informação e coordenação” ao Governo.

“Lamentamos que essa informação não tenha sido facultada ao município e às instituições que estão na linha da frente e que depois seja conhecida através da comunicação social. Não nos parece que esta seja a melhor forma de combatermos esta pandemia”, frisou.

Por este motivo, a autarquia já solicitou com urgência uma reunião à ministra da Saúde, Marta Temido, e à Unidade de Saúde Pública, de forma a “tomar todas as medidas necessárias para proteger e apoiar a população”.

Já a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros (PS), informou através da sua página no Facebook que nenhum dos três focos comunitários mencionados se situa no concelho.

“Almada integra o Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal mas não se regista, até ao momento, nenhum surto preocupante no concelho”.

Actualmente ainda residem 74 famílias em condições precárias nos edifícios inacabados de Vale de Chícharos (lotes 13, 14 e 15), as quais aguardam pela segunda fase de realojamentos, que deveria ter acontecido até Dezembro do ano passado.

Em 17 de Fevereiro, a Câmara do Seixal informou que o processo se encontrava atrasado devido à especulação imobiliária, apelando ao Governo para reduzir o “grande diferencial” de comparticipação nos realojamentos.

A primeira fase terminou em 20 de Dezembro de 2018, quando 187 pessoas foram distribuídas por 64 habitações em várias zonas do concelho.

O acordo para a resolução da situação de carência habitacional neste bairro foi assinado em 22 de Dezembro de 2017, numa parceria entre a Câmara, o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e a Santa Casa da Misericórdia do Seixal.

No total, a cooperação visa o realojamento de 234 famílias e tem um investimento total na ordem dos 15 milhões de euros, dos quais 8,3 milhões são suportados pelo município.

Lusa

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