Candidato da coligação quer continuar o projecto autárquico deixado pelo actual presidente. Destaca o investimento na proximidade e a requalificação dos espaços públicos e entende que o movimento independente de cidadãos é uma “máscara”
Vítor Proença, 68 anos, é o candidato da CDU à presidência da Câmara Municipal de Santiago de Cacém. Volta a candidatar-se ao município que presidiu entre 2001 e 2013.
O candidato preside a Câmara Municipal de Alcácer do Sal desde Outubro de 2013 – estando prestes a terminar o seu último mandato, neste que foi o terceiro consecutivo.
Gestor na área da comunicação é, desde 2013, presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral. Preside também a assembleia-geral da Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano.
É, há 49 anos, membro do Partido Comunista Português (PCP) e integra a Direcção Regional do Alentejo Litoral do PCP bem como o Gabinete Técnico de Apoio às Autarquias Locais (GTAL), junto do Comité Central do PCP.
Em entrevista a O SETUBALENSE o candidato da coligação destaca o trabalho concretizado pelo actual presidente do município, Álvaro Beijinha, e assume querer continuar este projecto autárquico.
Considera que o movimento independente de cidadãos, que também se apresenta às eleições autárquicas é um “disfarce”.
Refere que, se for eleito, vai apostar na proximidade, na requalificação dos espaços públicos, na mobilidade facilitadora e nas necessidades da população santiaguense.
Porque é que se volta a candidatar à presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém?
O meu regresso é um reencontro com as pessoas, com os amigos, com a terra onde o meu coração e pensamento nunca deixaram de estar. E que fique claro, tenho uma eterna dívida de gratidão para com Alcácer do Sal e as suas gentes, que nos deram três maiorias absolutas para governar este exigente município.
A lei de limitação de mandatos obrigou-me em 2013 não poder recandidatar-me à presidência da Câmara Municipal de Santiago do Cacém. Nos mandatos seguintes desenvolveu-se uma continuidade do trabalho da CDU, a partir daí com a presidência da câmara municipal atribuída a Álvaro Beijinha, cujas equipas continuaram a desenvolver um extraordinário trabalho. Regresso mais robustecido e experimentado.
Depois de 12 anos fora desta autarquia, como é que a espera encontrar?
Nos últimos 12 anos nunca deixei de acompanhar as mudanças e progressos que a actual gestão municipal foi desenvolvendo. Fizeram-se realizações fantásticas. O facto de nos últimos anos presidir à Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) e à Assembleia-Geral da Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano (ADL), também ajudaram a estar sempre actualizado sobre a evolução de Santiago do Cacém. Agora o foco é garantir uma equipa forte e experimentada iniciando um novo ciclo de políticas urbanas e municipais.
O que é que ainda falta fazer no concelho de Santiago do Cacém?
Há uma marca de gestão CDU no concelho. Santiago do Cacém e as suas freguesias tiveram avanços notáveis, particularmente nos últimos 25 anos. Cicla, e permanentemente, haverá sempre sonhos por concretizar. Teremos um foco nas pessoas, na sua comodidade e qualidade de vida. E teremos sempre em equação os recursos financeiros e orçamentais ao dispor. Uma coisa garanto, Santiago do Cacém, Santo André e todas as restantes freguesias ficarão a ganhar com o nosso projecto.
Na sua apresentação diz que quer fazer um “caminho da união, do trabalho sério e do amor a Santiago do Cacém”. De que forma é que isso é possível?
É fácil. O segredo estará em contar com todos, mesmo com aqueles que se querem auto-excluir. Se a isso adicionarmos uma estratégia de avanço e progresso teremos a chave para fazer, fazer bem às nossas populações.
Quais são os eixos orientadores da sua candidatura?
Santiago do Cacém é um enorme arquivo vivo de pessoas, de culturas, de memórias. A necessidade de a Natureza e a Biodiversidade na nossa vida, de termos espaços mais humanizados, de termos tempo para as coisas do quotidiano, como estarmos mais próximos dos que amamos tem de prevalecer.
Claramente vamos apostar nas proximidades, nas relações de vizinhança, nas árvores, nos jardins, nas sombras, no embelezamento do espaço público comum. Teremos de apostar na mobilidade facilitadora para as pessoas e muito queremos Santiago do Cacém ainda com mais vida, com um coração a pulsar forte, um coração que se torne gigante.
Santiago do Cacém é uma terra única que vai ser ainda mais notável.
Como é que olha para a candidatura de um movimento independente que junta personalidades do Partido Socialista (PS) e Partido Social-Democrata (PSD)?
Para nós a situação em Santiago do Cacém é muito clara, PS e PSD fizeram algo que indicia muito medo. O PS e o PSD renunciaram a apresentar propostas em prol do desenvolvimento do concelho.
Estes dois partidos que têm uma identidade própria deixaram os seus militantes e apoiantes completamente órfãos. O chamado “movimento de independentes” é um disfarce, é uma máscara. Grande parte dos seus apoiantes e organizadores são um produto de desavenças dentro do PS local e para o qual se deixaram arrastar algumas pessoas oriundas do PSD.
Há somas que somam, há somas que dividem e há somas que diminuem. Este movimento é uma soma que lhes vai diminuir e dividir. Mas algo faço notar, nós respeitamos todas as candidaturas.
No contacto com a população, como é que as gentes santiaguenses reagem à sua candidatura?
A população de Santiago do Cacém tem memória do nosso trabalho, da forma como sempre interagimos com as pessoas, como sempre fomos cuidadosos com as freguesias e os dois centros urbanos. E a população também tem noção que não somos um projecto de um homem só. Somos um imenso colectivo, cujo nosso projecto está a concretizar mais um excelente mandato.
Há algo mais que queira acrescentar?
Sim. Vamos para estas eleições de cara bem à vista. Não vamos disfarçados. Teremos quase metade de pessoas independentes nas nossas listas. Mas somos quem somos, sem disfarces. E a nossa experiência autárquica, a dos nossos candidatos, é fortíssima. E isso conta muito.