As comissões de utentes do litoral alentejano alertaram hoje para o encerramento da Unidade de Convalescença do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, implicando a transferência de doentes para outras unidades.
Em comunicado, a coordenadora das comissões de utentes do litoral alentejano, defendeu que “este serviço é essencial para o tratamento e recuperação dos utentes que a ele recorrem, e ao encerrar, obriga ao envio dos utentes para outras unidades longe das suas residências”.
“Tivemos conhecimento do encerramento [da unidade] esta semana e ficámos muito surpreendidos. Numa reunião com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), a perspetiva não era encerrar, mas sim aumentar e melhorar os serviços”, disse à agência Lusa o porta-voz das comissões de utentes, Dinis Silva.
A intenção da ULSLA, seria “pôr em funcionamento a totalidade que seriam as 25 camas” naquela unidade que funciona no HLA, adiantou.
Este encerramento obriga a que “os utentes não recuperem perto das suas residências, com os devidos tratamentos de uma unidade de convalescença, e tenham de se deslocar para outras localidades distantes, como Serpa”, no distrito de Beja, exemplificou.
“Isto é bastante preocupante porque havia uma perspetiva de melhorar o serviço e agora somos confrontados com o encerramento”, frisou o porta-voz das comissões de utentes do litoral alentejano, que “não aceita” esta decisão e já fez chegar “o descontentamento” ao conselho de administração da ULSLA.
Segundo Dinis Silva, “os utentes sentem-se defraudados com as expectativas que foram criadas e agora, de um momento para o outro, encerram portas, sem arranjar outra solução quando está em causa a recuperação” dos doentes.
“Já enviámos um pedido de esclarecimento urgente à ULSLA e estamos a aguardar, mas sempre na perspetiva de, se tiver encerrado, reabrir e, se não tiver encerrado, venha a ser reforçado com profissionais e outros meios técnicos para que os utentes tenham condições condignas de recuperação e reabilitação”, acrescentou.
A coordenadora das comissões de utentes do litoral alentejano frisou que, “perante o encerramento deste serviço por parte do conselho de administração da ULSLA, o Governo e o Ministério da Saúde devem obrigatoriamente travar este processo”.
“O Governo deve também reconhecer o défice crónico de profissionais de saúde”, como “médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores de saúde, assistentes operacionais e assistentes técnicos)”, e contratar pessoal “em número suficiente para colmatar a grave carência”, reforçou.
Contactado pela agência Lusa, o conselho de administração da ULSLA não quis prestar esclarecimentos sobre esta matéria.
Esta unidade de internamento do Hospital do Litoral Alentejano está integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, destinando-se a utentes numa situação de dependência, com perda de autonomia, potencialmente recuperável, na sequência de um episódio agudo de doença, como acidentes vasculares cerebrais ou fraturas.
Os cuidados prestados nestas unidades têm como objetivo a reabilitação funcional do doente, sendo o período de internamento de 30 dias.
Lusa